domingo, 28 de agosto de 2011

"Considerai o lugar da habitação de Deus digno de todo temor!"

 festa_del_perdono assisiDos escritos do Bem-aventurado Frei Tomás de Celano.
O servo de Deus Francisco, pequeno de estatura, humilde de espírito e menor por profissão, escolheu para si e para os seus uma pequenina porção deste mundo , enquanto neste século tinha de viver, pois, de outro modo não poderia servir a Cristo sem ter alguma coisa do mundo. Então não deve ter sido sem a presciência do oráculo divino que, desde os tempos antigos, foi chamado de Porciúncula o lugar que devia cair por sorte para aqueles que não queriam ter absolutamente nada do mundo.
Naquele lugar, também, tinha sido construída uma igreja da Virgem Mãe, que, por sua humildade singular, mereceu ser cabeça de todos os santos, logo depois de seu Filho. Nela teve início a Ordem dos Menores, e sobre ela se ergueu, como em sólido fundamento, sua nobre estrutura de inumerável multidão. O Santo teve um amor especial por esse lugar, mais do que por todos; ordenou que os frades o venerassem de maneira toda particular, e sempre quis que fosse conservado na humildade e na altíssima Pobreza, como espelho da Ordem, deixando a propriedade para outros e reservando para si e para os seus apenas o uso.
Aí se observava a mais rígida disciplina em tudo, tanto no silêncio e no trabalho, como nos outros pontos da vida regular. A ninguém aí se permitia o ingresso senão a frades especialmente recomendados, os quais, reunidos de todas as partes, o Santo queria que fossem verdadeiramente devotados a Deus e perfeitos em tudo. Era absolutamente proibida a entrada de pessoas seculares. Não queria que os frades, que aí viviam em número reduzido, tivessem seus ouvidos poluídos com o relacionamento dos seculares, para que assim, sem interrupção da contemplação, jamais fossem arrastados das coisas celestes para assuntos menos dignos por divulgadores de boatos. Não permitia também que nesse lugar alguém proferisse coisas ociosas, ou ficasse se referindo às contadas por outros. Se alguma vez isso acontecia por meio de alguém, para que não viesse a repeti-lo, precavia-se para o futuro com um castigo exemplar. Os frades, que ali moravam, ocupavam-se sem cessar, dia e noite, com os louvores divinos, levavam uma vida angelical, trescalando um admirável perfume. E com razão. Pois, pelo testemunho dos antigos habitantes, aquele lugar era conhecido pelo nome de Santa Maria dos Anjos. O feliz pai dizia que lhe tinha sido revelado por Deus que, entre todas as outras igrejas construídas no mundo em sua honra, a Bem-aventurada Virgem amava com um amor especial aquele lugar. E era por isso que o Santo amava mais aquela que as outras .
Fonte: http://www.reflexoesfranciscanas.com.br/

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