terça-feira, 16 de julho de 2013

A Eucaristia: uma perspectiva franciscana

            No centro da fé cristã da Igreja está o Mistério Eucarístico (cf. PO, n.º 6). Presença real do Verbo Encarnado (cf Jo 1, 1-5). Sua fonte e ápice (cf. SC n.11). Seu tesouro espiritual (cf. PO n. 5), sinal da presença de Deus no mundo (cf. AG n. 15), unidade da Igreja (cf. UR n. 2). Centro e cume de toda a vida da comunidade cristã (cf. CD n. 30). É nossa antecipação à  vida eterna, quando Deus será tudo em todos (cf. 1Cor 15,28). Temos esta certeza porque o cristianismo vive da fé de que Jesus Cristo permanece para sempre junto de quem o segue: “ eis que estou convosco todos os dias, até o fim  do mundo” (cf. Mt 28, 19). Mas, não se trata de uma presença física, mas de uma presença que só podemos sentir e verificar com os sentidos da fé, do coração, da experiência e do encontro com Ele. Deus se faz presente no meio de nós através de diversos modos e momentos: quando estamos em comunhão com toda a Igreja, quando somos obedientes aos mandamentos de Deus e da Igreja, quando nos reunimos para a oração, para a vida de comunhão fraterna, para a correção fraterna, para a partilha das alegrias e sofrimentos. Porém, a mais real das presenças de Jesus Cristo em nosso meio é aquela da Eucaristia, onde Ele quis dar-se e entregar-se na forma de sacramento (cf. Texto-base: 15 CEN, 3). Portando, o mistério da presença de Deus nos acompanha ao longo de nossa existência como povo de Deus (cf. LG n. 9). Foi assim desde o início (cf. LG n. 2) e continuará por todos os séculos, porque o Filho de Deus se fez presente e nunca nos deixará até o momento da consumação na glória celeste (cf. LG n.48). Agraciados pela sua presença, somos convidados todos os dias a contemplar o verdadeiro Amor: Cristo Eucarístico. Esta presença nos enriquece e fortalece. Saborear sua presença é ter total confiança, pois nossa confiança é sempre contemplar o “Mistério no mistério” (cf. NMI, 25). Contemplamos o Tudo de todos, o Ser de todos, a Perfeição de todos. É a contemplação do sacrifício da Cruz que nos trouxe a nova vida pela morte e ressurreição do Senhor (cf. SC n. 47).

segunda-feira, 15 de julho de 2013

15 de Julho - São Boaventura de Bagnoreggio

Por: Papa Bento XVI* (Audiência Geral de 03/03/2010)

Hoje gostaria de falar de São Boaventura de Bagnoregio. Confesso-vos que, ao propor-vos este argumento, sinto uma certa saudade, porque volto a pensar nas pesquisas que, como jovem estudioso, fiz precisamente sobre este autor, que me é particularmente caro. O seu conhecimento influiu em grande medida na minha formação. Com muita alegria, há alguns meses, fui em peregrinação à sua terra natal, Bagnoregio, uma pequena cidade italiana no Lácio, que conserva com veneração a sua memória.

Tendo nascido provavelmente em 1217 e falecido em 1274, ele viveu no século XIII, uma época em que a fé cristã, radicada profundamente na cultura e na sociedade da Europa, inspirou obras imperecíveis no campo da literatura, das artes visuais, da filosofia e da teologia. Entre as grandes figuras cristãs que contribuíram para a composição desta harmonia entre fé e cultura sobressai precisamente Boaventura, homem de ação e de contemplação, de profunda piedade e de prudência no governo.

domingo, 7 de julho de 2013

Francisco de Assis e o apelo evangélico

1. Lá vai ele, esse Francesco da cidade de Assis. O coração dava muitas voltas dentro de seu peito. Não era mais o filho de Pietro Bernardone e de Dona Joana.  Era e não era. Estava mudado e transformado. Melhor dizendo: estava se transformando. A borboleta ainda não tinha saído completamente do casulo. As pessoas se davam conta do processo de mudança. Francisco, fazendo sua caminhada… viajou até os cantos mais recônditos de seu interior, deu hospitalidade ao Espírito. Ficou meio pensativo… beijou um leproso… se vestiu de trapos para sentir na carne a dureza da pobreza e de ser um pedinte de esmolas. Homens bons e retos de Assis vinham ter com ele querendo viver sua vida… mas ele se sentia meio perdido. Na verdade o que Deus estava querendo dele?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Carisma missionário

 

Francescocoa‘Se, pois, houver irmãos que quiserem ir para entre os sarracenos e outros infiéis, que vão com a licença de seu ministro e servo… E os irmãos que partirem poderão proceder de duas maneiras espiritualmente com os infiéis: O primeiro modo consiste em se absterem de rixas e disputas, submetendo-se “a todos os homens por causa do Senhor” e confessando serem cristãos. O outro modo é anunciarem a palavra de Deus quando o julgarem agradável ao Senhor’
(Regra Não Bulada 16,3 e 6-8).

São Francisco aspirou ser missionário. Santo Antônio fez-se franciscano a partir do testemunho e do martírio de alguns frades que tinham sido enviados em missão… Portanto, a missão é uma característica fundamental do carisma franciscano.

São Francisco mesmo é quem ensina como os seus irmãos devem ser missionários (veja texto acima).
Seguindo o Cristo, que colocou sua morada no mundo, os franciscanos são chamados a viver seu carisma entre todos os homens e estarem atentos aos sinais dos tempos como instrumentos de Justiça e Paz. (RFF, 32).

Fiéis à própria vocação, os franciscanos encarnam-se em situações concretas do povo com quem vivem, descobrem nele os diversos rostos de Cristo e nele encontram a forma adequada de vida. (RFF, 33).

A família franciscana é em si missionária.