segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Padroeira e Rainha da OFS

Frei Clarêncio Neotti, OFM

Imaculada

Estamos diante de um mistério. Ou seja: diante de um fato que nossa inteligência, por ser conhecidamente limitada, não consegue abranger nem explicar por inteiro. O mistério não contradiz a razão humana, mas a excede.
O privilégio da Imaculada Conceição não se refere ao fato de Maria de Nazaré ter sido virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Não se refere ao fato de ter ela concebido o filho sem o concurso de homem, mas por obra e graça do Espírito Santo. Não se refere ao fato de Maria não ter cometido nenhum dos pecados que nós costumamos fazer, confessar e nos esforçamos por evitar. Refere-se ao fato de Deus havê-la preservado da mancha com que todas as criaturas humanas nascem, mancha herdada do pecado cometido por Adão e Eva. A teologia chama esta mancha de “pecado original”. Original, não porque nascemos como fruto de um ato sexual. Mas original, porque se refere à origem de toda a humanidade, ou seja, aos nossos primeiros pais, que a Bíblia chama de Adão e Eva.
A Sagrada Escritura ensina-nos que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Não o fez por necessidade, mas num gratuito gesto de amor. Criado por amor, o ser humano estava destinado a uma plena e eterna comunhão com Deus. Comunhão tão íntima e divina, que o próprio Filho de Deus dela poderia participar sem nenhuma diminuição de sua divindade.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Advento com S. Francisco

 
Ir. Maria Bernarda de Cristo Rei, Cl. Capuchinha
“Deus, disse São Francisco, é Trindade e Unidade, Pai e Filho e Espírito Santo, criador de todas as coisas e salvador de todos os que nele creem, esperam e o amam... sem início e sem fim, imutável, invisível, inenarrável, inefável, incompreensível, insondável...”.
Deus é mistério...! Este mistério é revelado a nós pelo Verbo que se fez carne: o Pai enviou-nos o Filho e o Espírito Santo. O Verbo, encarnado no seio da Virgem Mãe é Jesus, o Senhor.
No Ano litúrgico, a Igreja (nascida do lado aberto de Jesus e, por isso, sua esposa) apresenta a vida de Jesus nos seus mistérios. Jesus que nasce; Jesus que anuncia o Reino; Jesus que assume todos os males e a morte no seu sacrifício, revelação suprema de Deus – Amor; Jesus que ressuscita e que se manifestará na sua glória, dando glória ao Pai.
Deus, diz São Francisco, “é Salvador de todos os que nele creem, esperam e o amam...” É Salvador: Ele nos envia o seu Filho para que nós, criaturas humanas, possamos conhecê-lo e receber a força do Espírito Santo para agir segundo seu exemplo e sermos reconhecidos por Ele como filhos.
O Ano litúrgico é, portanto, a vida de Jesus oferecida à nossa reflexão e oração para que possamos assimilá-la, torná-la nossa até Cristo viver em nós.
O Ano litúrgico começa pelo Advento: “ad- venio”: é Deus que vem ao nosso encontro... O Advento é preparação ao Natal... Depois de ter evidenciado estas verdades, será que podemos viver o Advento pensando somente em preparar o presépio, as luzes, músicas e presentes, ou antes, empenharmo-nos no conhecimento maior deste mistério, na vivência das virtudes cristãs, numa vida mais coerente com a nossa Fé?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Advento, caminhada para o Natal do Senhor

Adventskranz

Por: Frei Alberto Beckhäuser, OFM

Advento significa vinda, chegada! Advento é tempo de preparação para a vinda do Senhor, bem como a própria vinda na celebração, pela mudança de vida, a prática da justiça e da caridade.

Natal significa nascimento, nascimento de Jesus Cristo. É vinda de Jesus Cristo, vinda celebrada e atualizada na celebração do seu Natal. O nascimento de Jesus Cristo é o centro das festividades do Natal.

As celebrações do ciclo de Natal referem-se à vinda de Deus para morar entre os seres humanos. No centro de tudo está o Menino Deus envolto em faixas, e não o papai Noel com seus presentes nem a Ceia de Natal. Este seria o natal do comércio alimentado pelo consumo.