quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Cristo de Clara

sta clara  Fr. Márcio J. Tessaro
 
Assim como Francisco, Clara assume o caminho de Jesus Cristo de forma autêntica e radical. Esta forma de vida que já atraíra outros irmão, dando início à Ordem dos Frades menores, atrai também Clara e posteriormente outras irmãs que querem viver o Evangelho a partir do mesmo princípio de Francisco. “A forma de vida da Ordem das Irmãs Pobres, que o bem-aventurado Francisco instituiu, é esta: Observar o santo evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade.” (RSC 1,4-5)

Clara vê em Francisco o modelo de seguimento a Jesus Cristo, isso transparece nos seus escritos onde constantemente faz referência a Francisco. Na Forma de Vida de Santa Clara, em várias partes cita Francisco ao qual chamava de pai: “Eu Frei Francisco, pequenino, quero seguir a vida e a pobreza do Altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e de sua santíssima Mãe e nela perseverara até o fim; e posteriormente tece exortações às irmãs: rogo-vos, senhoras minhas, e vos aconselho a que vivas sempre nessa santíssima vida de pobreza” (RSC 6,7).
Foi na contemplação, diária, fiel e crescente que Clara acolheu o Cristo total: Pobre, crucificado, irmão, esposo, amigo, o Cristo eucarístico, o Cristo mestre, o Cristo orante, o Cristo rei, segunda pessoa da Santíssima Trindade. Clara descobre na profundidade do seu interior Jesus Cristo. Envolve-se com Cristo e vai transformando-se “Nele”. O Cristo para ela é alguém a quem dedica todo o espaço interior de sua virgindade, é um Crucificado pobre a quem ela serve fielmente porque se entregou a ele com amor ardente. O seguimento de Jesus Cristo é vistos nas fontes clarianas, como um matrimônio. Clara se une a Jesus Cristo por amor. Ela não se apaixonou por uma idéia, por uma filosofia, e sim por alguém, Jesus Cristo. O esposo de Clara é um Jesus Pobre e Crucificado, por isso seguir Cristo é uma experiência de Kenosis, de serviço “abrace o Cristo pobre como uma virgem pobre”. É a pobreza assumida como identificação com Jesus Cristo pobre. Clara entendeu que a pobreza é essencial no seguimento de Cristo.
A experiência de Jesus Crucificado é central na Espiritualidade Clariana. Seu amor ao crucificado era grande que chorava ao contemplar os sofrimentos de Cristo pela salvação da humanidade.
A relação de Clara com Jesus Cristo possui várias dimensões que se entrelaçam e se completam, e são expressas, especialmente, com quatro verbos: amar, seguir, servir, transformar-se. A grande opção de Clara é o seguimento de Jesus Cristo.
Um ponto fundamental da experiência de Clara é o Cristo do espelho como encontramos na carta a Inês de Praga: “Ponha a mente no espelho da eternidade, coloque a alma no esplendor da glória. Ponha o coração na figura da substância divina e transforme-se inteira, pela contemplação , na imagem da divindade” (3CtIn 12). “Pois nesse espelho resplandece a bem-aventurada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade...” (4CtIn 18).
Essas palavras de Clara revelam a profunda experiência que ela faz de Jesus Cristo, é um envolvimento de todos os sentido com Cristo. O Seguimento de Jesus envolve a mente, a inteligência, a razão. É necessário compreender o mistério que o envolve. Mas, o seguimento envolve também o coração. é necessário, ver compreender, sentir, revestir-se do próprio Cristo, ter o mesmo sentimento que ele teve e fazer-se servo e seguir.
Extraido de:
http://www.ofmcapuchinhos.org.br/default.asp?pg=artigosDiversosDescricao&id=72
Acessado em 05/05/10

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