quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Espiritualidade Eucarística de Santa Faustina

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5 de outubro dia de Santa Faustina

Pe. Ednilson de Jesus, MIC
À medida que aprofundamos a espiritualidade de Santa Faustina, percebemos o destaque dado à Eucaristia. Evidência desse fato é o grande número de vezes que o tema aparece no Diário: 9 vezes encontra-se a palavra “Eucaristia”, 2 vezes “Sagrada Comunhão” e 159 vezes “Santa Comunhão”. Evidentemente, não importa a estatística, mas o amor de Santa Faustina a Jesus Eucarístico. Não se pode explorar aqui toda a riqueza da espiritualidade eucarística de Santa Faustina. Vamos nos contentar com 7 aspectos:


1) Na Eucaristia, Santa Faustina encontra sua força: “Todas as manhãs, na meditação preparo-me para a luta durante o dia todo, e a Santa Comunhão é a garantia de que vencerei, e assim acontece. Tenho medo do dia em que não tenho a Santa Comunhão. Esse Pão dos Fortes me dá toda a energia para levar adiante essa obra e tenho coragem de cumprir tudo o que o Senhor exige. A coragem e a força que estão em mim não me pertencem, mas sim Àquele que mora em mim: a Eucaristia” (Diário 91).
2) Na Eucaristia, Santa Faustina faz a experiência pessoal da misericórdia de Deus: “Em determinado momento, eu desejava muito receber a Santa Comunhão, mas, porque tinha uma certa dúvida, não fui comungar. Sofri terrivelmente por essa razão (...) Quando fui trabalhar, cheia de amargura no coração, de repente, Jesus colocou-se ao meu lado e disse-me: Minha filha, não faltes à Comunhão, a não ser quando tiveres a certeza de que pecaste gravemente (...) As tuas pequenas faltas desaparecerão no Meu amor como uma palha jogada num grande braseiro” (D. 156).
3) Na Eucaristia, Santa Faustina faz a experiência da proximidade com Deus: “Durante a Santa Comunhão, a alegria inundou a minha alma. Sentia que estou estreitamente unida com a Divindade; a Sua onipotência envolveu todo o meu ser. Ao longo do dia senti a proximidade de Deus de uma maneira especial e, embora as obrigações, durante todo este tempo, não me permitissem ir por um momento sequer à capela, não houve momento em que eu não estivesse unida com Deus” (D. 346).
4) Na Eucaristia, Santa Faustina faz a experiência da presença permanente de Deus: “Jesus, quando vindes a mim na Santa Comunhão, Vós que Vos dignastes residir com o Pai e o Espírito Santo no pequeno céu do meu coração, procuro fazer-Vos companhia o dia todo, não Vos deixo sozinho, nem por um momento” (D. 486).
5) Na Eucaristia, Santa Faustina faz a experiência do amor ao próximo: “Quando recebo a Santa Comunhão, peço e suplico ao Salvador que cure a minha língua, para que eu nunca ofenda o amor ao próximo” (D. 590).
6) Na Eucaristia, Santa Faustina aprofunda a dimensão mariana de sua espiritualidade: “Estou vivendo este tempo com a Mãe de Deus, preparando-me para a solene vinda do Senhor. E Nossa Senhora me instrui sobre a vida interior da alma com Jesus, especialmente na Santa Comunhão” (D. 840). E ainda, em outra passagem: “Hoje senti a proximidade de minha Mãe, da Mãe do Céu, embora antes de cada Santa Comunhão eu peça com fervor a Nossa Senhora que me ajude na preparação da minha alma para a vinda de Seu Filho” (D. 1114).
7) Na Eucaristia, Santa Faustina faz a experiência de sua pequenez diante de Deus: “Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração” (D. 1037).
Que esta breve reflexão alimente nossa espiritualidade eucarística, de modo a podermos dizer, como Santa Faustina, “O meu espírito (...) estava inflamado de especial amor para com a Eucaristia” (D. 160). Roguemos a Jesus Misericordioso a graça de compreendermos aquilo que João Paulo II nos ensinou: “A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja” (Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 1).
Texto publicado na Revista Divina Misericórdia em julho de 2008.

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