quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O mundo como “convento”

Talvez seja bom, relembrar aqui o trecho onde o próprio Francisco descreve sua conversão: “Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: como estivesse em pecado, parecia-me deveras insuportável olhar para os leprosos. E o Senhor mesmo me conduziu entre eles e eu tive misericórdia com eles. E, enquanto me retirava deles, justamente o que antes me parecia amargo se me converteu em doçura da alma e do corpo. E depois disto demorei só bem pouco e abandonei o mundo” (Test 1-3). Em primeiro lugar, é preciso chamar atenção ao fato de que Francisco encontrou Deus no mundo, no abraço de um pobre excluído, desprezado e miserável, no encontro com a miséria social, que o confrontou na pessoa de um leproso. Portanto, Francisco abandonou um certo tipo de “mundo”, ou seja, o mundo marcado pela desumanidade, que continua produzindo sempre novos “lepro­sos”. E ele se integrou num outro mundo: num mundo caracterizado pela compaixão, que resgata o leproso, reintegrando-o no meio da sociedade. Francisco quer um mundo que termina com todas as formas da exclusão e onde se consegue chegar à experiência de Deus; assim como acontece num encontro autêntico, num abraço amigo, num beijo.

CCFMC, LIÇÃO 1, C 2.2


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