segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Laicato maduro e significativo para novos tempos (Final)

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

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>> Todas as reflexões que aqui foram feitas colocam os franciscanos seculares diante de urgências e de desafios.

>> Os franciscanos seculares experimentam alegria de serem leigos e não têm “saudades” ou “desejo” de serem clérigos. Mesmo quando prestam serviços à paróquia ou à diocese em diversos setores do culto e da evangelização são pessoas que experimentam alegria muito grande de serem fiéis cristãos leigos. Sabem que sua missão é colocar a força do evangelho nas coisas do mundo.

>> Os franciscanos seculares se aproximam bastante do modo de ser e de agir da Ação Católica com seu famoso e bem provado método do ver-julgar-agir. São peritos na arte de examinar a realidade e tentar impregná-la da espiritualidade evangélico-franciscana. Assim, dão largos passos na linha de sua maturação cristã. Fala-se de uma militância dos leigos.

>> Fazem de sua casa uma verdadeira Igreja doméstica, com toda maturidade de uma espiritualidade leiga. Tudo leva a crer que as fraternidades franciscanas seculares, na medida do possível, deveriam poder contar com um número razoável de casais. Em muitos momentos no “território” e na vida das fraternidades sejam promovidos encontros com as famílias. Dentro do espírito da secularidade os franciscanos seculares exercem grande apostolado no seio da própria família e junto a outras famílias. Vivem franciscanamente a espiritualidade conjugal e familiar.

>> Adotam uma postura de simplicidade e de pobreza evangélica num mundo de sofisticação, de esnobismo, de consumismo e de gastança. Assim “fermentam” evangelicamente a realidade. Visibilizam-se como seguidores do Francisco amante da pobreza.

>> Os franciscanos seculares estarão presentes com frequência e competência no bairro que moram, na rua onde residem. As alegrias e dramas de seus vizinhos são suas alegrias e seus dramas. Desta formam “exprimem” seu desejo de proximidade da vida das pessoas.

>> Adotam posturas de ética que transpiram convicções evangélicas. Tal se dá individualmente, no jeito como reagem em suas fraternidades. No dia a dia de suas vidas serão conhecidos como pessoas que tomam decisões na linha da justiça inspiradas no evangelho. Não é um jeito de tornar expressiva a OFS?

>> Sabem dialogar a respeito dos grandes temas da atualidade: novas formas de casamento, crise econômica, transformações na bioética. Por isso, os formadores saberão sempre trazer pessoas capazes de conversar com os irmãos sobre esses e outros grandes temas da atualidade.

>> Trabalham com lucidez nas diferentes frentes de pastoral. Os franciscanos seculares estão à disposição dos Conselhos de Pastoral. Estão dispostos a trabalhar na catequese, na evangelização, na animação de grupos de reflexão e mesmo na liturgia e no serviço do alto. Fazem tudo sem perder sua “laicidade”. Não se deixam envolver por uma “promoção” ao estado clerical. Este aspecto é particularmente delicado. Os párocos e seus colaboradores contarão com a colaboração dos terceiros desde que não percam sua características de cristãos seculares. A OFS não é uma “pastoral” da paróquia, mas um movimento suscitado pelo Espírito para colocar alma nova em tudo, também na pastoral.

>> Os que trabalham na pastoral querem uma conversão da pastoral. “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de conservação para uma pastoral decididamente missionária. Assim será possível que o único programa do Evangelho continue introduzindo-se em cada comunidade eclesial com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro, uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária” (Doc. Aparecida, n. 370).

>> Nunca trabalharão na linha de uma mera sacramentalização. Os franciscanos seculares precisarão “incomodar” no sentido de apontar para a necessidade de se refazer o tecido comunitário e fraterno e que se procure fazer uma evangelização que atinja o nó de cada pessoa e as insira na comunidade, na utopia da comunidade.

Conclusão

“Os franciscanos seculares estejam presentes… no campo da vida pública: colaborem, quanto lhes seja possível, na elaboração de leis e de normas justas (cf.Regra 15). No campo da promoção humana e da justiça, as Fraternidades devem empenhar-se com iniciativas corajosas, em sintonia com a vocação franciscana e com as diretrizes da Igreja. Tomem posições claras quando a pessoa humana é ferida na sua dignidade em virtude da opressão e da indiferença, qualquer que seja sua forma. Ofereçam seus serviço fraterno às vítimas da injustiça. A renúncia ao uso da violência, característica dos discípulos de Francisco, não significa renuncia à ação; os irmãos, porém, cuidem que as suas intervenções sejam sempre inspiradas no amor cristão” (CCGG Art. 22). T

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