sábado, 24 de abril de 2010

O SORRISO FRANCISCANO

grahamfaulkner301 O Franciscano sorri na sua pequenez e da dos outros. Esse sorriso Franciscano é o sorriso da humildade inteligente e da inteligência humilde; por, isso tem um vislumbre de ironia que lhe é peculiar, ironia benévola sempre, que muitas vezes se concretiza num excelente humorismo ou num fino senso cômico.
De Frei Junípero a São Bernardino de Sena,do original Frei Salimbene ao austero São Leonardo de Porto Maurício, esse sorriso ressalta nos atos e nas palavras de todos os Franciscanos. É a consequência do contraste entre a pobreza livremente escolhida e a riqueza afanosamente perseguida,entre a simplicidade da retidão e as complicações mundanas; e o sorriso espontâneo do sábio que, enquanto toma o atalho para alcançar o seu próprio fim, vê os outros se desviarem ou se extraviarem em voluntárias reviravoltas. Não há inchação causada pela soberba, ou pelas circunstâncias que não estoure, como um balão, sob a alfinetada da ironia; não existe dor que não se arrefeça diante do olhar capaz de descobrir-lhe o seu aspecto cômico. São Francisco que canta como um trovador de Deus; Frei Junípero que faz acrobacias diante dos forasteiro vindos para admirá-los, e quando severamente repreendido consegue desfazer em sorriso a zanga do seu bom Guardião, São Boa Ventura que, ao receber a notícia do seu Cardinalato, pendura o simbólico chapéu em uma árvore e continua a lavar os pratos de seu convento, ensinam-nos constantemente a sorrir com benévola superioridade, não a sorrir com desprezo, para as coisas humanas. Saber sorrir (sem rancor) de si, do mundo, do próprio sofrimento, é um dom de humildade inteligente, é um dom Franciscano.
(Frei Agostinho Genelli ofm)

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