sábado, 23 de abril de 2011

23 de abril - Bem-aventurado Egídio de Assis

 

companheirosFrei Egídio  (+ 1262) é conhecido por ser o terceiro companheiro de São Francisco depois de Bernardo de Quintavalle e Pedro Cattani.  Estes, abastados e cultos, deixaram tudo uma semana antes dele para viver com o Poverello na região da Porciúncula, em cabanas individuais, comendo apenas pão e azeitonas.  Egídio, homem simples e humilde, não precisando deixar bem algum porque nada possuía uniu-se aos dois amigos a 23 de abril de 1208. Era um trabalhador braçal analfabeto,  proprietário de um único manto do qual se desvencilhou dando-o alguns dias depois a um mendigo que encontrara pelo caminho.


Frei Egídio cultivou três paixões: itinerância, pregação e trabalho, as duas primeiras unidas à sua ardente devoção e amor pelo apostolado. Quando a ocasião se apresentava trabalhava  uma jornada  junto aos lavradores procurando assim alimento para seus confrades, mas sobretudo exercendo fascínio com a ingenuidade de seu espírito e atraindo  para Deus até mesmo os mais resistentes à graça.  Iletrado, traduzia sua sabedoria em sentenças embebidas da doutrina seráfica.  Fez parte do primeiro grupo de frades que acompanhou Francisco a Roma na primavera de 1209, ocasião em que o Papa  Inocêncio III aprovou a primeira “forma de vida”, embora apenas oralmente.
Nos anos 1212-1213, impulsionado pelo desejo de oração e de contemplação, Egídio se fez peregrino penitente  dirigindo-se a Santiago de Compostela, São Miguel de Gargano, São Nicolau de Bari e posteriormente à Terra Santa, ganhando pão de todos os dias por meio de trabalhos humildes e honestos.  Francisco havia pedido aos seus irmãos que pregassem antes de tudo por meio de ações, ou seja, através do comportamento. Egídio aplicou à letra a exortação de São Francisco, superando toda dificuldade de língua, anunciando o amor de Deus em Cristo através de uma pregação feita de gestos e de mímica, com extrema simplicidade e eficácia que causava admiração, atraía e provocava, sempre fazendo com o que expectador compreendesse a mensagem que frei Egídio queria transmitir.
Nos anos 1215-1219  Egídio viveu como eremita num lugar chamado  Favarone na planície de Assis.  Em outubro de  1226 com Frei Bernardo foi ter junto de São Francisco que morria, o qual,  desejando abençoar  Bernardo, devido à sua cegueira, colocou a mão primeiramente  sobre a cabeça de Egídio, como que a confirmar o amor recíproco que unia os dois frades.
Depois disto, Egídio continuou a peregrinar pela Úmbria, sempre mostrando o espírito de simplicidade, desapego e laboriosidade alegre, equilibrando tudo com a oração e a contemplação. Ele mesmo dizia num de seus aforismas graciosos: “Nossa carne é o bosque onde o diabo busca lenha. Quem não reza, não conhece a Deus”. Egídio, na verdade, era um místico conhecido por freqüentes êxtases  e fenômenos extraordinários de levitação.
Na lembrança dos Frades Menores o bem-aventurado Egídio é um confrade transparente e laborioso, missionário da alegria.  Os Fioreti registram sua visita a Frei Bernardo, moribundo. “Vem o hierárquico e  divino Frei Egídio o qual vendo Frei Bernardo disse: “Sursum corda, frei Bernardo, sursum corda!”
A vida de Frei Egídio se conclui no dia 23 de abril de 1262 no convento de Monteripido, perto de Perúgia, para onde ele se tinha retirado no silêncio e na solidão e onde o seu corpo é agora venerado, depois de ter descansado por anos na  igreja de São Francisco al Prato.
Considerado por todos como bem-aventurado seu culto foi confirma pelo Papa  Pio VI a 4 de julho de 1777.

Alguns dos ditos de Frei Egídio:
• Quem não quer honrar os outros, não será honrado; quem não quer compreender não será compreendido; quem não quer se afadigar, não terá repouso. O esforço mais frutuoso é aplicar-se à bondade e à benevolência.
• Penso que a humildade é como um raio. O raio dá terríveis choques e depois desaparece completamente. Assim, a humildade desfaz todo o mal, é inimiga  de toda culpa e faz com que o homem se  considere um nada.
• Não ofendas a ninguém e,  se alguém te ofender, suporta a ofensa com paciência por amor a Deus e pelo perdão dos teus pecados. É muito melhor suportar sem murmurar uma grave ofensa por amor a Deus do que matar a fome de cem pobres por vários dias e, pelo mesmo tempo, jejuar cada dia de manhã até à noite. Que proveito tira o homem com desprezo de si mesmo, os jejuns e orações, das vigílias e penitências  com que castiga seu corpo, se não souber tolerar uma ofensa do próximo?

Extraído de: http://www.franciscanos.org.br/v3/almir/bau/04/04.php

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