Fr. José Jesus Cardoso
No Monte Alverne, região da Toscana, onde Francisco recebeu os estigmas. Ali, dizem as fontes franciscanas que de repente, Deus tocou profundamente Francisco de Assis. Homem imitador perfeito dos caminhos do Senhor Jesus, e todo aquele que é marcado pelos caminhos desse amor. A ele é impossível não trazer essas marcas em seu corpo. Religiosamente dizemos que o anjo, o Serafim, veio e marcou o seu corpo com aquelas chagas do Amado. E para sempre o amor tomou forma num corpo.Porque o amor estava no seu coração, e o que está no coração toma conta do corpo, da vida e deixa marcas profundas. As pessoas que se amam verdadeiramente vão ficando parecidas. Às vezes observamos que, quanto mais velhos ficam nossos pais, mais se assemelham fisicamente. Quando por ali passei, naquele Alverne de amor, eu quis entender o que significavam as chagas de Francisco, naquele encontro com os meus confrades e vi o que significavam as chagas de Francisco. De acordo com a minha cultura, todas as minhas energias, o nosso potencial de amor, a nossa fonte do amor, brotavam de dentro para fora, e não de fora para dentro. Francisco explodiu, seu coração consagrou-se, fez-se tudo para todos. O coração de quem ama muito faz assim: Pluf! Salta para fora. E o coração dele abriu-se em chagas, em estigmas. Enraizado naquela terra, naquele chão que ele conhecia e pisava, seus pés ficaram marcados com as chagas do Amor.A realidade do amor estava nas suas mãos, nos seus pés. É nas extremidades vitais que circulam as energias mais poderosas. E foi aí que o amor transbordou na vida de Francisco. Penso que, quando amamos profundamente, todas as experiências humanas e religiosas nos marcam com as marcas profundas do amor. Quem dá o coração, recebe corações. Isso eu aprendi com Francisco.
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