domingo, 30 de dezembro de 2012

Itinerário Franciscano

 

SF. ..A página deste número foi tirada do livro: Itinerário da Alma Franciscana, de Frei Leão Veuthey, OFMConv.. traduzido do italiano e publicado pelos franciscanos de Montariol-Braga em 1948. Tiramos uma página do fundo do baú!

Que não se estranhe o jeito “português” de escrever. Que não se critique um certo estilo antigo de falar das coisas. Há, quem sabe, aqui ou ali, uma concepção de espiritualidade meio superada. Cada um leia o texto com senso crítico. Os círculos ou grupos vocacionais franciscanos poderão, com proveito, refletir sobre este tema.

1. Itinerário de vida

Antes de empreender uma grande viagem, começa-se por organizar o itinerário: o termo que se deseja alcançar, o caminho a seguir, e os diversos meios necessários e apropriados para chegar ao fim. Ora, o homem é um viageiro sobre a terra; vai passando por um tempo muito breve, sempre a caminho da eternidade, para onde o impele uma força irresistível, uma necessidade insuperável.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Silêncio e contemplação em Clara de Assis

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Na esteira da comemoração dos oitocentos anos do carisma clariano, continuamos a refletir sobre a figura ímpar desta notável fundadora de um estilo original de vida evangélica e contemplativa na Igreja.  Apoiados no texto da Irmã Angela Emmanuela  Scandella, OSC,  Chiara ‘Alta donna di contemplazione’, Sette parole per il nostro ‘oggi’, in  Italia Francescana 2012/1, p. 17ss,  vamos refletir sobre o silêncio e a contemplação. Limitar-nos-emos a citar os elementos evidenciados pela autora.

Silêncio

sábado, 22 de dezembro de 2012

Na última catequese do ano, Papa reflete sobre a fé de Maria

Queridos irmãos e irmãs,
No caminho do Advento a Virgem Maria ocupa um lugar particular como aquela que de modo único esperou a realização das promessas de Deus, acolhendo na fé e na carne Jesus, o Filho de Deus, em plena obediência à vontade divina. Hoje, gostaria de refletir brevemente convosco sobre a fé de Maria a partir do grande mistério da Anunciação

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Deixemo-nos penetrar pela sabedoria de Deus

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Terça-Feira, 4 de Dezembro de 2012
1ª Semana do Advento

 

Evangelho (Lucas 10,21-24)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

21Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

 

O tempo litúrgico do Advento faz brilhar a luz de que tanto necessitamos. Luz essa que ilumina a escuridão em nosso mundo. Escuridão dos nossos erros e das nossas desesperanças. A luz que acendemos neste tempo traz-nos uma certeza consoladora: Deus jamais nos abandona e está sempre presente na história da nossa vida.

O Evangelho de hoje nos apresenta o Reino com características diferentes daquelas que estamos habituados a verificar nas nossas sociedades. Para Cristo, o Reino que se avizinha inverterá os valores e realidades humanas, favorecendo os pequeninos, os simples, os pobres de Deus, os que estão convencidos da própria insignificância e nulidade e se deixam penetrar pela sabedoria de Deus.

Esta é uma compreensão que não vem pelas vias humanas das ciências e das novas tecnologias, mas diretamente comunicada pela virtude do amor de Deus. Os humildes e os simples estão em comunicação direta com Deus, eles “verão a Deus que humilha os de coração soberbo e exalta os humildes de coração” (cf. Lc 1,48).

Assim, todas as vezes que acendemos as luzes da humildade, da simplicidade, do bem, da caridade, do perdão e da paz, fazemos desaparecer as trevas do egoísmo, da vaidade, do orgulho, da soberba e Jesus ergue sua voz ao Pai: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.

Deixemo-nos penetrar pela sabedoria divina e não pela orgulhosa sabedoria humana, a fim de que – compreendendo – sejamos merecedores do Reino de Deus presente em nosso meio na pessoa de Jesus Cristo.

Padre Bantu Mendonça

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A toda Bela Maria!

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

Esta comemoração de Nossa Senhora deseja ressaltar a doação que a Virgem Maria faz de si mesma desde o começo de sua trajetória.

Maria… Mãe do Senhor e nossa mãe! Não nos cansamos de entregar nossa vida a esta que é hoje a Senhora da Glória.

Deus belo e grande não podia guardar para si a fogueira de amor que é sua essência. O amor tende e busca a se difundir. Desde toda a eternidade o Senhor quis comungar a plenitude de sua vida com os homens e mulheres que saiam de suas mãos criadoras. Quis desde toda a eternidade que seu Verbo se fizesse carne, braços, pernas, rosto, coração. Num dado momento, na plenitude dos tempos, ele haveria de assumir a condição humana para estabelecer uma comunhão esplendorosa do Deus belo com os homens e mulheres que saíram de suas mãos. Viria ele como o primeiro de todos, como a plenitude da criação e, ao mesmo tempo, como redentor do pecado dos homens.

sábado, 17 de novembro de 2012

Santa Isabel da Hungria, a princesa entre os pobres

Comemoramos hoje a festa de Santa Isabel da Hungria, padroeira dos irmãos e das irmãs da Ordem Franciscana  Secular.  A ela, o Papa Bento XVI consagrou uma de suas catequeses semanais. Do texto do Papa extraímos algumas informações e transcrevemos uma  e outra de suas reflexões.

Isabel constituiu-se numa figura da Idade Média que sempre suscitou muito interesse, conhecida como Isabel da Hungria, mas também Isabel da Turíngia. Nasceu em 1207 na  Hungria. Seu pai era André II, rico e poderoso rei da Hungria. Para reforçar os laços familiares, o soberano havia se casado com uma condessa alemã Gertrudes de Andechs-Merania, irmã de Santa Edwiges, que era esposa do duque da Silésia. Estamos no ambiente dos nobres e dos grandes da terra, de reis e rainhas, duques e duquesas, príncipes e princesas. Isabel viveu na corte da Hungria apenas nos primeiros anos de vida com  uma irmã e três irmãos.

Sua infância foi interrompida quando cavaleiros vieram buscar a menina para levá-la para a Alemanha central.  Seu pai havia determinado que ela viesse a se tornar princesa  da Turingia.  “Segundo os costumes daquele tempo, de fato, seu pai havia estabelecido que Isabel se convertesse em princesa da Turíngia. O landgrave ou conde daquela região era um dos soberanos mais ricos e influentes da Europa no começo do século XIII  e  seu castelo era centro de magnificência e cultura. Mas, por detrás das festas e da glória, escondiam-se as ambições  dos príncipes feudais, geralmente em guerra entre eles e em conflito com as autoridades reais e imperiais.  Neste contexto, o conde Hermann  (Hermano) acolheu com boa vontade o noivado entre seu filho  Ludovico e a princesa húngara”. Vivendo nesse quadro, a menina que vinha da Hungria, mais tarde iria revelar-se uma mulher voltada para a pobreza e miséria.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Que expressão tem a OFS na Igreja e no mundo hoje?

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vendo vossas boas  obras glorifiquem vosso Pai
que está nos céus  (
Mt  5, 16)

Os franciscanos seculares ajam  sempre  como fermento nos ambientes em que vivem, mediante o testemunho do amor fraterno e de claras motivações cristãs (Const. Gerais OFS, art 19,1)

Santa Angela de Foligno

1. Nós, cristãos,  não queremos “aparecer”  aos olhos dos outros. Não somos dados a  protagonismos, nem andamos à cata de aplausos e de reconhecimento. Fazemos nossa obrigação e saímos de cena. Essa atitude é típica também dos franciscanos. E, no entanto, somos convidados a agir e atuar no mundo,  temos todos a responsabilidade de levar adiante o projeto  de Jesus, projeto que ele nos confiou depois de ter voltado ao Pai. Tudo isso quer dizer  “visibilidade”,  “expressividade”. Não se coloca uma luz debaixo da mesa. O sal precisa salgar. O fermento necessita fermentar. Somos convidados a refletir sobre a expressão que tem a Ordem,  em seus três ramos,  em nossos tempos no coração da Igreja e na sociedade.  A OFS tem o costume de realizar capítulos avaliativos e, talvez,  nesse espaço de partilha e de revisão de vida, se poderia pensar em responder à pergunta-título desta reflexão.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A força na fragilidade

Frei Almir Ribeiro Guimarães


“A força de Cristo te criou, a fraqueza de Cristo te recriou. A força de Cristo fez com que existisse o que não existia; a fraqueza de Cristo fez com que o que existia não viesse a perecer; criou-nos com sua força, nos resgatou com sua fraqueza”  (
Santo Agostinho)

1. Não cessamos, ao longo do caminho de nossa vida cristã, de contemplar as misericórdias que Deus fez e vai derramando em nossa vida, na  vida da Igreja e nos corações das pessoas retas e de boa vontade através do irrestrito amor do  Senhor Jesus.  Sim, dizemos bem,  Senhor.  Hoje o contemplamos sempre como aquele que venceu a morte e está no meio de nós na qualidade de Ressuscitado. Por isso, é o Senhor Jesus. Ele, o vivo, nos fala, nos alimenta, nos encoraja, pede asilo em nosso interior. Mas, nesse empenho de alimentar o enamoramento pelo Esposo,  não podemos deixar de meditar no Cristo histórico, nas circunstâncias que cercaram os últimos momentos de sua vida, na força que existia em sua fragilidade.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Todos vocês são irmãos

- Introdução e Copilação: Fr. Ricardo Aparecido Rodrigues, OFMCap

O CAVALEIRO DE ASSIS

Jovem rebento de uma família emergente do burgo assisense, João, chamado Francisco sonhava
com a glória e as cruzadas. O historiador Franco Cardini conta como um dia, numa igrejinha
fora da cidade o Crucifixo lhe falou. E a história mudou seu curso.

“Cesco, chamou a voz da mãe. Silêncio e calor ao redor, numa sonolenta e avançada tarde italiana. Mais uma vez um convidativo e jocoso: Cesco”. Bater de asas no pátio sob a parreira e o suave azul da paisagem umbra distante, na direção da planície. Assim, num breve relato editado pela primeira vez em 1919, Aus der Kindheit des Heiligen Franz von Assisi, Herman Hesse imaginava um momento da infância de Francisco. As mãos carinhosas da mãe sobre a fronte, o arranjo de mil flores para oferecer à Virgem Maria e os sonhos de um futuro glorioso, um futuro a ser vivido como cavaleiro, como Rolando e Lancelote.

Todos vocês são irmãosTodos os biógrafos de Francisco, e há mais de um século já foram tantos, se curvaram com mais ou menos atenção sobre a obscuridade dos seus anos de infância e da primeira adolescência: anos silenciosos, tidos no entanto unanimemente como decisivos, durante os quais se forjou aos poucos, dia a dia, um homem que iria ensinar ao mundo um modo diferente de sentir e viver o cristianismo, mais ainda sentir e viver o Cristo. Convertido, no jovem que se despe nu, coram patre, e que expõe “obsequiosamente sua dura intenção” ao papa Inocêncio III, se procu-rou perceber, mais de uma vez, a sombra do garo-to de Assis que ele fora, em busca quase, muito além da escassís-sima documentação, sinais premonitórios de um destino excepcional.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

1º Sexta-feira do Mês - Ternura do Poverello pelo Coração do Senhor

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Aprendemos, ao longo de nossa vida, a nos colocar reverentes diante do Cristo Jesus, sol, caminho, verdade, vida, pão de nossas vidas.  Temos plena convicção de que Jesus, o Filho de Deus feito homem na carne de Maria, hoje vive entre nós na qualidade de Ressuscitado.  Cada vez que pensamos em Jesus, recordamo-nos de seu amor que foi até o fim, até o esvaziamento de tudo que nele existia pela fresta do coração, pela cavidade de seu peito aberto. Francisco de Assis demonstrou um imenso amor pelo Cristo que ama até o fim.
Cristo é o Bom Pastor. “Irmãos, todos prestemos atenção ao Bom Pastor que, para salvar suas ovelhas, suportou a Paixão da cruz. As ovelhas no Senhor seguiram-no na tribulação e na perseguição, na vergonha e na fome, na enfermidade e na tentação e em outras coisas mais e a partir disso receberam a glória eterna” (Adm n.VI).  Esse Jesus tão puro e tão belo é o Pastor que dá a vida pelos seus.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Francisco de Assis, como eu o vejo

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Maria Aparecida Crepaldi (*)

1. Um jovem que ainda não tinha despertado para o verdadeiro sentido da vida. Nascido num berço burguês por parte do pai Pietro Bernardone, teve a graça de esmerada educação por parte da mãe, D. Hortolana, de origem francesa. Em sua juventude, tornou-se líder de um grupo de amigos que gostava de aproveitar as festas e toda diversão que lhes oferecia a sociedade de Assis.

2. Deparou-se com uma rebelião dentro dele. Refletia e como sentia grande angústia por não ter claras as respostas, começou a buscar a Deus com toda sinceridade e humildade de coração. Pensando em ser Cavaleiro na Guerra entre Perusa e Assis, ficou um ano preso, voltou derrotado e doente. Tentou novamente ir para a Guerra de Apúlia, mas começou a acontecer-lhe coisas diferentes, e, por outro lado, já não aceitava as atitudes de seu pai. Entre as derrotas e as novidades que vinha descobrindo, Francisco sentia um turbilhão de coisas que era preciso entender bem. Quando começou a dar-se conta da vida que levava, da esperteza de seu pai com os clientes, dos miseráveis que não tinham o que comer, que eram escravos no trabalho e não tinham quem os defendesse e tantas outras coisas.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Trânsito de São Francisco de Assis

Ao cair da tarde de 3 de outubro de 1226, a febre aumentou e as forças reduziram-se como uma chamazinha que sai e não sai do pavio quase seco de óleo. Então Francisco quis ser colocado sobre a terra e pediu que cantassem. E ele também cantou, com os seus, o salmo 141, que fala do desejo de ir para Deus:

“Em voz alta ao Senhor eu imploro,
em voz alta suplico ao Senhor!
Eu derramo na sua presença
o lamento da minha aflição,
diante dele coloco minha dor!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Teresinha: o caminho das coisas modestas

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

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Teresinha do Menino Jesus é uma santas mais veneradas em toda a face da terra. Teresa aparece no diminutivo. Talvez em contraposição com Teresa d’Ávila, conhecida como a “grande Teresa”.
Teresinha viveu apenas 24 anos. Um vida curta. Nasce numa família profundamente cristã. Cresce junto com irmãs que como ela buscam a Deus. A alma daquela família eram o pai e mãe que a Igreja também considera dignos das honras dos altares.

Sim, Teresinha nasce no seio de uma família que busca a Deus. Nunca é demais, sobretudo nesses tempos que são os nossos, falar da importância fundamental de uma verdadeira família cristã que possa acompanhar os primeiros tempos da vida de uma pessoa. 

domingo, 30 de setembro de 2012

O caminho de São Francisco

Francisco Matriz

Se sentires o chamado do Espírito,
atende-o e procura ser santo(a)
com toda a tua alma, com todo o teu coração
e com todas as tuas forças.

Se, porém, por causa de tua fraqueza
não conseguires ser santo(a).
procura então ser perfeito(a)
com toda a tua alma, com todo o teu coração
e com todas as tuas forças.

Se, contudo, não conseguires ser perfeito(a)
por causa da vaidade de tua vida,
procura então ser bom(a)
com toda a tua alma, com todo o teu coração
e com todas as tuas forças.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Francisco, modelo de paz

Por D. Paulo Evaristo Arns

A festa de São Francisco, em 4 de outubro, transformou-se em símbolo do esforço da Igreja pela Paz. Todos nos lembramos com gratidão da viagem de Paulo VI às Nações Unidas e do pedido humilde, mas corajoso, do Pontífice, de se transformarem os canhões de guerra em arados para a construção da paz duradoura.

Nos tempos de São Francisco, não havia homem que não andasse armado, e homens armados podem transformar-se facilmente em homens de guerra. Como nos dizia certa vez um mexicano: “Em minha Juventude, carregava-se sempre o revólver no cinto e morriam muitos homens pela violência. Hoje, andamos desarmados e já são poucos os que assim morrem”.

Para conseguir um movimento de paz, São Francisco fundou sua Ordem Terceira, que obrigava a todos os membros a andarem sempre com a expressão “Paz e Bem” sobre os lábios e com o cinto e o ânimo desarmados.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

E Francisco libertou o Evangelho

 

Frei Regis Daher (*)

Em 2006, Frei José Rodríguez Carbalho, no seu relatório ao Capítulo Geral da Ordem, o Ministro ofereceu algumas intuições que valem serem lembradas por ocasião da celebração de nosso Pai São Francisco. Não há muito que dizer de “novo” sobre Francisco de Assis. Paradoxalmente, o excesso de palavras parece afastá-lo ainda mais, como se ele se escondesse do nosso esforço racional de se apossar de sua pessoa ao tentar reduzi-lo à nossa medida.

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‘O Evangelho continua a ser Evangelho, quando cada um de nós, mesmo levando em conta a própria pobreza, tem a coragem de vivê-lo. ’ Para uma boa parcela dos cristãos, o fermento da boa nova perdeu sua força de transformação porque se tornou mais uma entre tantas outras novidades. Para Francisco, o Evangelho, acolhido em seu imediatismo, frescor e radicalidade, tornou-se a Notícia por excelência porque acolhida, ‘bela como a graça e ardente como o amor, que transforma quem a recebe com coração de criança’ (Mt 11,25).

sábado, 22 de setembro de 2012

É impossível viver sem o perdão!

 

A importância do perdão para a formação humana e espiritual

Perdoar: certamente não é fácil. Quem já precisou perdoar uma grave ofensa ou esqueceu uma mágoa importante, bem o sabe. Entretanto, é algo indispensável não apenas do ponto de vista cristão, mas também humano. Tanto que a revista Veja, em 2008, dedicou uma reportagem “de capa” a este tema. Entre tantas coisas, na introdução se lê: “A luta entre a sabedoria que leva à reconciliação e o desejo de retaliar é mais antiga que a civilização e continua sendo travada nos dias atuais. A lição da história é que foi através do perdão que a humanidade conseguiu interromper as espirais de violência provocadas pela vingança”.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Impressão das Chagas de São Francisco - Uma relíquia viva descia da montanha

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

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Desde a infância muitos de nós fomos aprendendo a gostar desse Francisco. Francisco das coisas pequenas, simples, irmão do sol, das estrelas, da água, do leproso e de frei Leão, Francisco, cheio de carinho para com o Menino das Palhas e o Jesus bondoso e pobre que morre na cruz, esse Jesus que é o amor que precisa ser amado.

São Boaventura escreve: “Francisco, servo verdadeiramente fiel e ministro de Cristo, dois anos antes de devolver o espírito ao céu, como tivesse começado num lugar alto, à parte que se chama Monte Alverne e, um jejum quaresmal em honra do Arcanjo São Miguel, inundado mais profusamente pela suavidade da contemplação do alto e abrasado pela chama mais ardente dos desejos celestes, começou a sentir mais copiosamente os dons da ação do alto. Então, enquanto se elevava a Deus pelos seráficos ardores e o afeto se transformava em compassiva ternura para com aquele que por caridade excessiva quis ser crucificado, numa manhã, pela festa da Exaltação da Santa Cruz, rezando na parte lateral do monte, ele viu como que a figura de um Serafim que tinha seis asas tão fúlgidas, tão inflamadas a descer da sublimidade dos céus, o qual chegando com um vôo rapidíssimo num lugar próximo ao homem de Deus, apareceu não somente alado, mas também crucificado, tendo as mãos e os pés estendidos, e pregados à cruz e as asas de modo tão maravilhoso dispostas de uma e outra parte que elevava duas sobre a cabeça, estendia duas para voar e com as outras duas velava o corpo, envolvendo-o todo (…). Depois de um certo colóquio secreto e familiar, ao desaparecer, a visão inflamou-lhe interiormente o espírito com ardor seráfico e marcou-lhe exteriormente a carne com a imagem do Crucificado, como se ao poder prévio de derreter o fogo seguisse uma impressão do selo” ( Legenda Menor – Os sagrados estigmas, n.1).

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Cruz do Senhor e a Cruz dos Discípulos

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

Quase na metade do mês de setembro vivemos a alegria da grande festa da Exaltação da cruz do Senhor. A antífona de entrada da Missa, tirada de Romanos, exprime bem o sentido profundo desta comemoração: “A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está a nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou” (Fl 6,14).

Cruz, instrumento de suplício: uma madeira mais longa na vertical e a outra, mais estreita, na horizontal. Castigo para os condenados! Antes de ser cruz a árvore frondosa era balançada pelo vento e seu verdor encantava os olhos dos passantes. As árvores dos bosques e das florestas é que oferecem a mataria prima da cruz. Um lenhador derrubou uma ou duas árvores, um entendido em carpintaria fez o encaixe…

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Novo Conselho da OFS é eleito em Brasília

 

Cláudio Santos

A Ordem Franciscana Secular do Brasil realizou de24 a26 de agosto de 2012 – em Brasília (DF), o seu 34º Capítulo Nacional Ordinário e o 12º Eletivo. Durante a realização do Capítulo estiveram presentes, a delegada da Ministra Geral, Conselheira da Presidência do CIOFS para os países de Língua Espanhola, Maria Consuelo Queremel de Nuñes (Chelito); Assistente Internacional para os CIOFS, Fr. Amando Trujillo Cano, TOR; Presidente da Conferência Nacional dos Assistentes Espirituais, Frei Manuel José Farias Lopes, TOR; Secretário Fraterno Nacional da JUFRA, Alex Sandro Bastos Ferreira; Representantes da FFB (Família Franciscana do Brasil), Ir. Renata Lopes de Farias, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Dillingen; Ministro do Regional Centro, anfitrião, Nivaldo Moreira da Silva e a Assistente Espiritual do Regional Centro, Ir. Sandra Regina Ferreira, da Congregação franciscana da Divina Misericórdia.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quaresma de São Miguel

O que é “Quaresma de São Miguel?

Tempo forte de oração em que nos colocamos em oração e penitencia, suplicando a intercessão de São Miguel por nossas intenções particulares, por nossas famílias.











Uma tradição franciscana
 a Quaresma a São Miguel Arcanjo
 é um tempo especial de
 oração e penitência...













São Francisco foi um santo que, na sua vida mortal procurava nutrir muito sua alma, para não esfriar o seu amor por Jesus, com um espírito de oração e sacrifício muito grande. Para tanto, ele realizava, por ano, três quaresmas, além de um outro período de jejum e oração em honra da Mãe de Deus, pela qual tinha um doce e especial amor, que ia da festa de São Pedro e São Paulo Apóstolos à festa da Assunção de Nossa Senhora. Foi de um modo muito especial que, na Quaresma de São Miguel Arcanjo, Deus coroou Francisco de graças abundantes, dentre elas a de marca-lo em seu corpo, pelo profundo desejo de imitar ao seu Filho Jesus Cristo, com os sinais de sua Paixão. Todas essas quaresmas eram realizadas no Monte Alverne. (Alverne: “verna” vem de “vernare”, verbo utilizado por Dante e que significa “fazer frio”; gela.)

sábado, 11 de agosto de 2012

Santa Clara de Assis: "a ternura da maternidade espiritual"

 

Fonte: Reflexões Franciscanas

Uma das Santas mais amadas é, sem dúvida, Santa Clara de Assis, que viveu no século XIII, contemporânea de São Francisco. O seu testemunho mostra-nos o quanto toda a Igreja é devedora a mulheres corajosas e cheias de fé como ela, capazes de dar um decisivo impulso para a renovação da Igreja.

Quem foi, então, Clara de Assis? Para responder a essa pergunta, possuímos fontes confiáveis: não somente as antigas biografias, como aquela de Tomás de Celano, mas também os Atos do processo de canonização promovido pelo Papa apenas alguns meses depois da morte de Clara e que contêm os testemunhos daqueles que viveram ao seu lado por muito tempo.

Viva Santa Clara!

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"A história de Clara e Francisco é um convite para refletir sobre o significado da existência e a buscar em Deus o segredo da verdadeira alegria. É uma prova concreta de que aqueles que fazem a vontade do Senhor e confiam n'Ele, não só não perdem nada, mas encontram o verdadeiro tesouro capaz de dar sentido a tudo ".

Fonte:http://www.facebook.com/padre.psbatista

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

CONSERVAR O AMOR DO SENHOR NA MENTE E NO CORAÇÃO

 

Ama-me como eu te amo.  Conserva-me em tua mente e em tua memória; em tua vontade, em teu suspiro; no gemido e no soluço”  (Balduíno de Cantuária, bispo do sec. XII).sagradocoracao

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

02/08 -Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula: O perdão de Assis

 

Perdão

No calendário litúrgico franciscano, o dia 2 de agosto é dedicado à celebração da Festa de Nossa Senhora dos Anjos, popularmente conhecida como “Porciúncula”. Na introdução do texto litúrgico do missal e da liturgia das horas, se diz o seguinte:

“O Seráfico Pai Francisco, por singular devoção à Santíssima Virgem, consagrou especial afeição à capela de Nossa Senhora dos Anjos ou da Porciúncula. Aí deu início à Ordem dos Frades Menores e preparou a fundação das Clarissas; e aí completou felizmente o curso de seus dias sobre a terra. Foi aí também que o Santo Pai alcançou a célebre Indulgência , que os Sumos Pontífices confirmaram e estenderam a outras muitas igrejas. Para celebrar tantos e tão grandes favores ali recebidos de Deus, instituiu-se também esta Festa Litúrgica, como aniversário da consagração da pequenina ermida”.

Por Frei Régis Daher, OFM

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Santa Clara e o Ponto de Partida


Clara de Assis viveu intensamente a vocação que lhe foi dado por Deus, primeiramente a vocação a vida, e depois a vocação que desejou ardentemente abraçar, a vocação a vida religiosa. A seu exemplo muitas outras moças inspiradas pelo Senhor aspiravam seguir os passos de Santa Clara. Clara foi para sua época um luzeiro, o qual atraiu para Cristo muita gente de boa vontade.

Na segunda carta que Clara escreve a Inês de Praga ela recomenda que nunca se perca de vista o ponto de partida. Mas o que é este ponto de partida? Ponto de partida é o inicio, o ponto fecundante da vocação que cada qual recebeu do Senhor, o ponto em que a inspiração divina flechou com a flecha do amor o seu coração para dedicar-se a vida inteira no serviço ao Senhor.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Que os irmãos sejam afáveis

 

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

Francisco Matriz”E onde estão e onde quer que se encontrem os irmãos, mostrem-se mutuamente familiares entre si” (Regra bulada 6, 8 )
1. Os discípulos de Cristo são irmãos. Cristo veio viver e pregar uma fraternidade revolucionária. Anuncia a derrubada de todas as barreiras da indiferença, da superioridade, da acepção de pessoas, barreiras levantadas pela vontade de vingança, retaliação, ódio. Francisco, o irmão de Assis, compreendeu que os seus deveriam ser irmãos, irmãos simples e pequenos, irmãos menores, irmãos de toda criatura humana. A fraternidade é um mistério. Cristo vem até nós para nos ensinar a amar. Cristo ama em nós.

sábado, 14 de julho de 2012

O viver das Irmãs em São Damião

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

Estamos nos abeirando das comemorações dos oitocentos anos do carisma clariano que serão celebrados de modo particular da cidade de Canindé (CE), nos dias 9 a 11 de agosto de 2012. Fernando Felix Lopes, português, escreveu uma das encantadoras biografias de São Francisco que conheço. Deu-lhe o título de O Poverello. São Francisco de Assis (Ed. Franciscana, Braga, 5ª. ed, 1996). No intuito de nos colocar no espírito das comemorações clarianas transcrevemos umas poucas páginas deste autor que nos falam da vida das irmãs em São Damião e dos últimos dias daquela que se definia como “plantinha” do Seráfico Pai. Os leitores não encontrarão novidade alguma, mas poderão saborear o jeito charmoso português de dizer as coisas mais simples da vida.

O que foi o viver das irmãs ali recolhidas em São Damião, não é fácil de contar. A Regra de vida era o Evangelho, nem Francisco soubera ditar outra.

Com as rezas, o trabalho para o pão de cada dia. E nos casos em que o trabalho não dava, sentavam-se a comer, à “mesa do Senhor”, a caridade da esmola pedida de porta em porta. O ideal poeticamente exemplificado por Francisco nas avezinhas do céu e nos lírios do vale, traduziram-no as freiras em forma comum de viver.

terça-feira, 10 de julho de 2012

A verdadeira história da "Oração de São Francisco" ou "Oração pela Paz"

 

Por Egidio Picucci - Osservatore Romano

As Origens do Texto Atribuído a São Francisco de Assis

É excepcional a difusão da oração simples atribuída a São Francisco de Assis, conhecida em todo o mundo, graças, sobretudo, à sua espontaneidade e à sua referência às expectativas mais humanas. Traduzida em todas as línguas, foi e é recitada no âmbito de numerosíssimos encontros e por eminentes personalidades do mundo eclesiástico, literário e político. Tendo que fazer uma escolha, basta recordar que em 1975 ela foi recitada em Nairobi durante uma reunião do Conselho ecumênico das Igrejas; que em 1986 esteve no centro das orações dos participantes do encontro dos representantes de todas as religiões, organizado por João Paulo II em Assis; que em 1989 em Basileia abriu o Congresso ecumênico europeu.

domingo, 8 de julho de 2012

Oração, fonte de espiritualidade

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

2482_050612Começamos com um pensamento do cardeal Martini, antigo arcebispo de Milão e incentivador de grupos seletos de Leitura Orante da Bíblia em sua diocese: “A oração é, antes de tudo, resposta à Palavra de Deus que, por primeiro me interpela e me atinge em minha fraqueza, mas também no meu silêncio e na minha capacidade de escuta. A oração é deixar-se acolher pelo mistério santo indo pelo Cristo, no Espírito, rumo ao Pai. Mais do que rezar a um Deus estranho e longínquo, o cristão reza em Deus, reza escondido com Cristo na Trindade, fonte e germe de vida. Então, quando rezares, antes de pensar que és tu que amas a Deus, deixa-te amar por ele, docilmente, cegamente, abandonando-te totalmente a ele, tudo lhe confiando, num espírito de louvor e de ação de graças. Comigo, pergunta a ti mesmo: será que eu encontro momentos em que me coloco face a face com Deus, ouvindo-o e abrindo-me a ele? (Carta Pastoral de 1996). Rezar é deixar-se acolher pelo Mistério. Onde? Na vida, de modo especial na ruminação dos salmos, na meditação antes da aurora explodir, nos dias de retiro que sejam efetivamente de retiro, na tentativa de instaurar grupos sólidos de leitura orante da Palavra.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Santa Isabel, Rainha de Portugal - OFS

Por: Maria Fernanda Barroca

Via: Irmão Alberto Guimarães, OFS

Santa Isabel de Portugal não é portuguesa de nascimento, pois nasceu em Aragão (Espanha), mas foi-o pelo casamento com o Rei D. Diniz. Quem visita Coimbra pode ver o seu túmulo em Santa Clara-a-Nova. O povo de Coimbra tem-na como padroeira e tributa-lhe grande devoção. Se numa aflição em Braga se diz: “Valha-nos a Senhora do Sameiro”, em Coimbra diz- se: “Valha-nos Santa Isabel”.

Filha de Pedro II de Aragão e de Constança de Nápoles, recebeu uma educação completa compatível com os princípios do seu tempo e cedo manifestou a sua personalidade piedosa e caritativa.

Antes dos dez anos o pai entabulou negociações com o Rei de Portugal para se fazer o casamento da pequena infanta, como era uso na época.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Evangelho do envio dos Apóstolos pelo mundo afora


francisco_g1806Por Frei Almir R. Guimarães, OFM
Lá vai ele, esse Francesco da cidade de Assis. O coração dava muitas voltas dentro de seu peito. Não era mais o filho de Pietro Bernardone e de Dona Joana. Era e não era. Estava mudado e transformado. Melhor dizendo: estava se transformando. A borboleta ainda não tinha saído completamente do casulo. As pessoas se davam conta do processo de mudança. Francisco, fazendo sua caminhada… viajou até os cantos mais recônditos de seu interior, deu hospitalidade ao Espírito. Ficou meio pensativo… beijou um leproso… se vestiu de trapos para sentir na carne a dureza da pobreza e de ser um pedinte de esmolas. Homens bons e retos de Assis vinham ter com ele querendo viver sua vida… mas ele se sentia meio perdido. Na verdade o que Deus estava querendo dele?

sábado, 16 de junho de 2012

A devoção ao Imaculado Coração da Virgem Maria

A devo13A devoção ao Coração Imaculado da Virgem Maria é tão antiga como a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Ela surgiu com os membros de várias confrarias do Rosário que tinham o costume de dedicar quinze sábados seguidos à Rainha do Santíssimo Rosário. Isto mostra quão unido está o Coração Imaculado da Virgem Maria ao Sagrado Coração de Jesus, Seu Filho e Nosso Senhor.

Assim os dois Corações são inseparáveis pois onde está Um está também o Outro tornando-se assim a Mãe Co-redentora da Humanidade. Quem não honra a Mãe, despreza Seu Filho Jesus.

Vejamos como Deus, A Virgem Imaculada, os Anjos, Santos do Céu e a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana através de seus Papas estão intimamente unidos pela salvação da humanidade.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

"Coração Santo, Tu reinarás!"

Fonte: http://www.reflexoesfranciscanas.com.br/

Conquanto a devoção ao Sagrado Coração tenha sólidos fundamentos nas fontes da Revelação, isto é, na Sagrada Escritura e Tradição, e conquanto o culto tributado ao amor de Deus Pai e de Jesus Cristo, através do símbolo do Coração transfixado do Redentor nunca esteve completamente ausente da piedade dos fiéis, só gradualmente tal devoção foi se difundindo, de modo público, entre o povo cristão e obtendo a aprovação oficial da Igreja.

Se é certo que essa devoção tomou forte impulso, sobretudo depois que o próprio Senhor revelou o mistério divino de seu Coração à Santa Margarida Maria, é igualmente certo que ao aprová-la, a Igreja não se fundamentou nas revelações particulares aos santos.

São Boaventura de Bagnoreggio foi quem teve a primeira visão do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria – foi quem cunhou estes nomes aos Corações ("Sagrado" e "Imaculado"). A tradição franciscana notou que na aparição, compôs a jaculatória usada ainda hoje: “Doce Coração de Jesus, faz com que eu te ame sempre mais!”

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Clara de Assis - A contemplação

Fonte: Blog do Frei Vitório

claraO jubileu de Clara de Assis, no ano de 2010, trouxe o tema da contemplação. Não é fácil para nós, pessoas de intensa vida de atividades, falarmos da experiência contemplativa. A contemplação passa longe de nosso jeito; e por isso também não é fácil falarmos da contemplação em Clara de Assis. Quando vamos ao conceito de contemplação não é difícil, basta olharmos a experiência monástica. Mas Clara escapa da prisão dos conceitos; em Clara de Assis há algo sutil e especial; ela cria condições internas e externas para a intimidade com o Esposo. Na interioridade está o silêncio e a natureza própria do lugar, o mosteiro e a natureza que a envolve (ser Esposa). Na exterioridade ela cria as melhores condições de vida fraterna ( ser Mãe e Irmã).

terça-feira, 5 de junho de 2012

CLARA DE ASSIS: A CORAGEM DE UMA MULHER APAIXONADA

Leonardo Boffclara filme

Há 800 anos, na noite de 19 de março de 1221, dia seguinte à festa de Domingos de Ramos, Clara de Assis, toda adornada, fugiu de casa para unir-se ao grupo de Francisco de Assis na capelinha da Porciúncula que ainda hoje existe. As Clarissas do mundo inteiro e toda a Família Franciscana, celebram esta data que significa a fundação da Ordem de Santa Clara espalhada pelo mundo inteiro.
Clara junto com Francisco - nunca devemos separá-los, pois se haviam prometido, em seu puro amor, que "nunca mais se separariam” segundo a bela legenda época - representa uma das figuras mais luminosas da Cristandade. É bom lembrá-la neste mês de março, dedicado às mulheres. Por causa dela, há milhões de Claras e Maria Claras no mundo inteiro. Ela, de família nobre de Assis, dos Favarone, e ele, filho de um rico e afluente mercador de tecidos, dos Bernardone.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

"A Coroa do Agradecimento"

Por Frei Stefano Maria Manelli, FFI

"Oh, Santa coroa do Rosário!” Esta invocação à coroa do Rosario nasce espontânea quando vemos a coroa nas mãos da Rainha do Rosário em Pompéia, nas mãos da Imaculada em Lourdes, nas mãos do Imaculado Coração em Fátima.

O quanto deve ser importante esta coroa do Rosário se a a mesma Nossa Senhora a tem nas suas mãos de Rainha do céu e da terra, se dela mesma, em pessoa, nos foi presenteada em Lourdes, e nos foi recomendado com insistência materna em Fátima!

A partir de São Domingos, a coroa do Rosário esteve nas mãos de exércitos de Santos e de Papas, de místicos e de missionários, de estadistas e de artistas, de cientistas e de heróis, de homens e de mulheres, de pessoas idosas e de crianças, em todo momento e em todas as partes da terra.

Lembremos, por exemplo, São Francisco de Sales, Santa Margarida Maria Alacoque, Santo Afonso de Ligório, Santa Bernadette Soubirous, São Pio X, Santa Maria Goretti, São Pio de Pietralcina, a beata Teresa de Calcutá ... Podemos também lembrar os cientistas Galileo Galilei, Ampere, Pasteur, Marconi; os músicos Vivaldi, Gluck; os pintores Miquelângelo e beato Angelico; os pensadores e escritores, Rosmini e Manzoni ...

"Oh, Santa Coroa do Rosário”

A coroa do Rosário é "santa" porque produz coisas santas, recebe graças, atrai muitas bênçãos, não somente sobre os que rezam a coroa, mas também sobre a casa, sobre a família e sobre o trabalho de quem recita. A coroa do terço é “santa” porque abre as janelas de vinte mistérios da vida de Jesus e de Maria, com o exercício da contemplação e do amor que conduzem a alma para as alturas da santidade.

O Rosário também foi chamado e definido de diversos modos: coroa de graças, rosa de graças, tesouro de graças, corrente de graças, fonte de graças...

São Pio de Pietrelcina, em particular, gostava de dizer que o Rosário é também a arma para toda batalha espiritual e temporal, a arma de triunfo contra todo inimigo, a arma de todas as vitórias (como nos lembra Lepanto), de onde Nossa Senhora do Rosário também foi chamada de “Nossa Senhora das vitórias”, muito querida por Santa Teresinha.

O beato Bartolo Longo, finalmente, deseja que todos morram com a coroa do terço nas mãos, dando-lhe o “último beijo da vida que se apaga", para apresentar-nos ao juízo de Deus com a alma coberta pela “Santa Coroa do Rosário”.

 

Fonte: Reflexões Franciscanas

terça-feira, 22 de maio de 2012

VOCAÇÃO: LUZ SOBRE O CANDEEIRO

Não importa o estado de vida do vocacionado...O desejo de brilhar em Cristo concretiza-se no esforço de desenvolver habilidades, competencias e disciplina para a missao na alegria e na liberdade...

 

VINDE E VEDE!!!

Frei Tarcisio, FNPD

E ninguém, acendendo uma lâmpada, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-no candeeiro, para que os que entram vejam a luz. São Lucas 8,16

No caminhada de cada vocacionado deve arder uma chama, que se identifica com a luz de Cristo. O Chamado no coração de cada vocacionado e vocacionada é uma chama que arde sem cessar, é uma voz que ecoa a cada instante incessantemente, que nos impulsiona à vida em abundância ( cf S. Jo 10, 10).

Ao chamar-nos, Deus acende em nós essa chama e faz de nós lâmpadas, Ele coloca-nos sobre candeeiros, isso é, envia-nos em missão para que o auxiliemos a instalar já aqui em nosso mundo o Reino de Deus, através da vivência do amor, da verdade e da justiça. Assim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: …

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Cronologia: Vida de São Francisco de Assis

Francisco ouve o evangelho da missa de São Matias, na Porciúncula, sobre a missão apostólica. Muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante, descalço. Início da pregação apostólica. Aqui propriamente começa o estilo de vida franciscana, apostólica, de presença

 

1181 Nasce em Assis. Batizado com o nome de Giovanni di Pietro (pai) di Bernardone (avô). Mudado para Francisco.

1202 - Guerra entre Perusa e Assis. Assis vencida Collestrada. Francisco, com 20 anos passa um ano preso em Perusa. Resgatado pelo pai, devido à doença. Nesse tempo parece que a família de Clara está refugiada em Perusa: ela com 8/9 anos de idade.

1204 - Longa doença.

1204 - Fim, ou primavera de 1205 (entre março-junho): parte para a guerra na Apúlia, no Sul. Volta após visão e mensagem de Espoleto. Começo da conversão gradual. Em junho de 1205 morre o guerreiro Gautier de Brienne, chefe das expedições no Sul.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A oração da "Ave Maria" comentada

Comentário da Oração da Ave Maria no Catecismo da Igreja Católica

Fonte: Reflexões Franciscanas

Na oração, o Espírito Santo nos une à Pessoa do Filho Único, em sua humanidade glorificada. Por ela e nela, nossa oração filial entra em comunhão, na Igreja, com a Mãe de Jesus.

A partir do consentimento dado na fé por ocasião da Anunciação e mantido sem hesitação sob a cruz, a maternidade de Maria se estende aos irmãos e às irmãs de seu Filho “que ainda são peregrinos e expostos aos perigos e às misérias”. Jesus, o único Mediador, é o Caminho de nossa oração; Maria, sua Mãe e nossa Mãe, é pura transparência dele. Maria “mostra o Caminho” (“Hodoghitria”), é seu “sinal”, conforme a iconografia tradicional no Oriente e no Ocidente.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Catequese de Bento XVI - Primazia da oração - 25/05/12

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Mirticeli Medeiros - equipe do CN notícias)

CATEQUESE
Praça de São Pedro
Vaticano

Quarta-feira, 25 de abril de 2012

Queridos irmãos e irmãs

Na catequese passada, mostrei que a Igreja, desde o início do seu caminho, teve que enfrentar situações imprevistas, novas questões e emergências às quais procurou dar respostas à luz da fé, deixando-se guiar pelo Espírito Santo. Hoje gostaria de deter-me sobre uma outra situação, sobre um problema sério que a primeira comunidade cristã de Jerusalém teve que enfrentar e resolver, como nos narra São Lucas no capítulo sexto dos Atos dos Apóstolos, a respeito da pastoral da caridade junto às pessoas solitárias e necessitadas de assistência e ajuda. A questão não é secundária para a Igreja e corre-se o risco naquele momento, de criar divisões no interior da Igreja; o número dos discípulos, de fato, vinha aumentando, mas aqueles de lingua grega começavam a lamentar-se contra aqueles de língua hebraica porque as suas viúvas estavam sendo deixadas de lado na distribuição cotidiana (At. 6,1).

terça-feira, 17 de abril de 2012

012

Fr. José Carlos Corrêa Pedroso, OFMCap

"Observemos, portanto, as palavras, a vida e a doutrina, o Santo Evangelho daquele que se dignou rogar por nós a seu Pai e manifestar-nos o seu nome"(RnB 22,41)

Francisco descobre o Pai ouvindo Jesus

São Francisco viveu uma profunda experiência espiritual de Deus Pai porque, acima de tudo, viveu Jesus Cristo. No seu tempo, era comum as pessoas chamarem a Deus de Pai, mas pensando na figura de Jesus Cristo. O que havia era uma idéia ampla de Deus, chamado de Pai, mas reconhecido na figura de Jesus (1).
No relativamente demorado processo de conversão de Francisco, são fatos marcantes o desencanto com as carreiras de comerciante e cavaleiro e, como ele mesmo afirma no Testamento, o encontro com os leprosos, de onde saiu transformado.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

COMO FORMAR UM AUTÊNTICO FRANCISCANO SECULAR HOJE?

vocacional_g2406Reflexões para aqueles que têm o ministério de
promover a formação dos irmãos nas Fraternidades

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

 

Introduzindo
Em seu Testamento, Francisco fez uma releitura de sua vida como um itinerário progressivo movido pela iniciativa gratuita de Deus e selado pela sua misericórdia. Um tal caminho o levou ao encontro com o Senhor Jesus e seu Evangelho através de um processo de discernimento e de transformação que conheceu também crises, passagens dolorosas, momentos de dificuldade e de incerteza. Em tudo isso Francisco cresceu no desejo de alcançar um cada vez mais radical e apaixonado seguimento do Cristo pobre e crucificado.

domingo, 8 de abril de 2012

Páscoa

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Páscoa significa a passagem da “morte para a vida”, das “trevas para a luz”. A Páscoa é a festa mais importante para a Igreja Católica, pois nela se celebra o mistério da salvação. Onde os cristãos celebram a ressurreição, após a morte e crucificação, de Jesus Cristo.

Significado

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Muito antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera. A palavra "Páscoa" – do hebreu "peschad"– significa "passagem". Sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isso muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

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As delicadezas de um grande coração

Frei Almir Ribeiro Guimarães

 

A primeira sexta-feira do mês de abril neste ano de 2012 coincide com a sexta-feira da Paixão do Senhor. Neste dia contemplamos todas as finezas amorosas do Senhor que dá a vida pelos seus e que tem o coração aberto pela lança. Transcrevemos uma das mais belas páginas de Santo Anselmo que fala das delicadezas do Crucificado.

“Eu te suplico, ó Majestade, ó amor suspenso na cruz! Tu és  minha esperança,  meu refúgio, minha misericórdia. Tem piedade de mim, e  ensina-me a te adorar, a te amar  pois é meu desejo te adorar e te amar, embora não saiba como fazê-lo.

Eu te peço, ó Jesus, que ouves os que te amam, pelo amor que manifestaste na cruz pelo homem: faze que eu jamais sinta desgosto ou vergonha de estar diante da tua cruz;  mas que minha alma se compraza em  permanecer fielmente sob o teu olhar, e que teus divinos olhos se comprazam em me olhar  misericordiosamente. Dá-me a força de chorar minha miséria, dá-me o contentamento de ver minha tristeza mudada em alegria.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Como Agradar ao Senhor

   “Concede-nos que façamos o que sabemos que tu queres”

Maravilhoso pragmatismo de Francisco!sfr2

Interrogamos muitas vezes sobre a vontade de Deus e esperamos que ela se revele segundo os nossos caprichos. Ele toma o caminho inverso. Quaisquer que sejam as peguntas sobre o futuro, as obscuridades sobre a vocação, há sempre apelos claros e imediatos: “o que sabemos que tu queres”.

É um leproso a abraçar, uma igreja a reparar, um evangelho a acolher, um irmão a escutar e servir.

Fazendo isso a partir de hoje, entraremos no querer de Deus, no interior do qual veremos, não tenhamos dúvidas, alargar-se as perspectivas.

Fonte: Quando a Vida é Oração

               Jean-Christophe Cominardi

               Editorial Franciscana

               Braga - 1996

sexta-feira, 30 de março de 2012

As cerimônias da Semana Santa

Artigos-O-Domingo-de-RamosA última semana da Quaresma é denominada como Semana Santa. Ela é a última a semana que encerra os quarenta dias que antecedem a páscoa da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nessa semana a Igreja celebra os principais episódios do mistério da Paixão.

As cerimônias que se fazem durante este período, são solenes e cheias de significado. Vamos enunciar cada uma delas em seus respectivos dias:

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos (Dominica in palmis), é que propriamente da início à Semana Santa. Nesse domingo comemora-se a entrada triunfante de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém, seis dias antes de sua Paixão.