sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Laicato maduro e significativo para novos tempos Parte - 3

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

Maturidade franciscana

633HR

>> O franciscano está em constante estado de amadurecimento. Hoje, toda a Ordem anda preocupada com a formação permanente.

>> De alguma forma, com o decorrer do tempo, o franciscano como que respira o ar dos primórdios do carisma franciscano e clariano. No tempo da formação, ele vai se identificando com o jeito franciscano de viver. Traz o carisma para os dias de hoje.

>> Cresce na intimidade do Senhor: frequência às páginas do Evangelho, familiaridade com o Evangelho vivo que se chama Jesus Cristo.

>> Vive um estilo de vida despojado: não gosta de ser protagonista de coisas grandiosas. É despojado no vestir, no uso das coisas, sem aferrar-se às suas opiniões.

>> Instaura a paz onde há querelas, divisões e partidos. É construtor da paz.

>> Sabe que a fraternidade é elemento importante em seu gênero de vida: fraternidade local, fraternidade com os membros da família franciscana, instauração de fraternidades cristãs por onde passa. Coloca-se à disposição de sua fraternidade local. Inventa meios e modos de fazer com que as pessoas façam experiências solidas de verdadeira fraternidade. Para o franciscano secular a fraternidade em que vive é parábola do reino.

>> Sabe subordinar seus projetos aos projetos de Deus em sua vida, na fraternidade e na comunidade.

>> Maduro quando tenta alternar de maneira equilibrada e sábia momentos de contemplação e ação no mundo.

Por que se tornou difícil o processo de amadurecimento?

>> Uma pessoa em sério processo de amadurecimento, em vias de tornar-se adulta de verdade, é uma preciosidade. As pessoas amadurecem ao longo da vida, percorrendo as estações da existência, na sucessão de experiências pessoais e comunitárias, na paciência do tempo. Cada biografia tem suas marcas próprias de amadurecimento existencial.

>> É preciso dar tempo ao tempo. O amadurecimento se faz através da lentidão do tempo. Andamos todos apressados, temos muito que fazer, fazer rapidamente e assim fica difícil que os amores, as falas, os escritos, a família, a fraternidade franciscana amadureçam.

>> Sem uma verdadeira escala de valores e sem respeito pela transcendência fica difícil o processo de amadurecimento. Vivemos num tempo de profunda crise ética e assim muitos somos desarrumados interiormente.

>> Há a prevalência da lei do menor esforço, do desejo de se obter aqui e agora e já o que se deseja.

>> Estamos no mundo do individualismo, marcado pelo desejo de aproveitar a vida. Multiplicam-se as experiências sexuais desde o tempo da adolescência.

>> Uma pessoa amadurece quando assume compromissos. Ora, vivendo compromissos “leves”, pulando de meta em meta sem esgotar as riquezas do primeiro compromisso, o interior das pessoas não chega a se arrumar de verdade. As pessoas têm medo de compromissos definitivos. Têm receio de serem escravizadas por camisas de força (casamento definitivo, vida religiosa, profissão).

>> Diante de um leque imenso de possibilidades e eventualidades as pessoas se acham perdidas e, indo de um lado para o outro, de Seca a Meca, não se aprofundam em nada. Diante do imenso leque de possibilidades as jovens gerações têm dificuldade de amadurecer.

>> Há a questão do amadurecimento cristão das novas gerações. Muitos são simplesmente “catequizados” por um tempo e não vivem um contato permanente com a fé e suas mais sólidas expressões. Falta uma catequese familiar, ou simplesmente uma família sólida. Nossas paróquias não conseguem fazer com que bom número de cristãos conheçam um crescimento sistemático da fé. Não favorece a maturação da fé uma sacramentalização apenas com pinceladas de evangelização.

>> Sem visitas constantes e regulares ao interior as pessoas podem conhecer dificuldade de um crescimento mais sistemático.

>> O mundo das imagens e do som pode ser obstáculo ao amadurecimento tomado globalmente.

Continua...

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