Nesses primeiros dias de novembro, os parques e jardins estão enfeitados com agapantos azuis e brancos. É tempo dos finados, é tempo de nos lembrar daqueles que nos deixaram.
Lá estão eles, esses nossos parentes e amigos, no cemitério, nesse campo de paz, nesse espaço de saudade e de esperança, levados à terra como o grão de trigo que precisa morrer. Nesse dois de novembro, um pouco antes, no dia mesmo, ou dias depois, vamos até lá para fazer esse rito de nos aproximar dos restos dos entes queridos. Há pessoas que nunca vão ao cemitério. Vivem da lembrança de seus entes queridos e não precisam estar diante de um monumento de tijolos ou de mármore. Mas o túmulo visitado nos ajuda a aguçar a lembrança.
Sempre dolorido e duro esse momento de aceitar a morte de um marido, de uma mulher, de um filho, de um amigo... Nós, cristãos, acreditamos que a morte não tem a última palavra, mas a vida. Aquele Jesus que se contorcia de dores no alto da cruz, abandonado, chagado, dolorido, morre de amor. E o Pai o arranca da morte levando-o à vida... um pedaço de nós, um corpo como o nosso, saiu da morte para ingressar na vida sem limites, na vida divina, na vida eterna.
Os que são de Cristo, os que morreram a si mesmos e começaram a viver para Deus nessa vida, carregam sementes de eternidade. Eles já vivem no aqui e agora a plenitude que vem depois. Essa a nossa fé. Pedimos a Deus, na oração e na celebração da Missa, que o Senhor leve para a glória nossos entes queridos e que sejam perdoados os restos de seus pecados.
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