sábado, 26 de fevereiro de 2011

Santa Clara e a Fraternidade

 

s_clara1Clara de Assis, humilde, branda, dócil, amorosa, amiga, irmã, carinhosa, valente, perseverante, e tantos outros adjetivos poderíamos atribuir a esta mulher, no entanto, queremos destacar o adjetivo que mais a caracterizou, o de ser fraterna. Santa Clara foi altamente fraterna, não por ter vivido em fraternidade, que é o modo franciscano de evangelizar, mas por querer viver altamente sua condição seguidora do grande mestre, Jesus Cristo.

Para a época medieval o modo franciscano que Clara abraçou foi inovador e, por isso viver em Fraternidade era algo excepcionalmente diferente do comum de sua época.

Aquelas que eram predestinadas e desejavam viver a vida religiosa feminina só lhes era possível o modo monástico. Clara de Assis iniciou um modo diferente de viver a vocação. Este modo diz respeito ao do modo Fraterno de viver.

Viver em Fraternidade para Santa Clara era como imitar a primitiva comunidade, a comunidade dos primeiros cristãos, e por isso quando escreve a Inês de Praga, Clara aconselha e recomenda a todas as irmãs de sua época e as que iriam futuramente abraçar esta vida, que se empenhasse no seguimento do Cristo pobre, humilde e crucificado.

Seguir a Cristo para Clara significava apreender do próprio Jesus, a ser simples, humilde, pobre, honesto, santo. No entanto, tudo isso não seria possível vivenciar a partir da condição humana. Em relação a isto ela afirma: “Não é por nossos méritos, mas é pela Graça do Pai das Misericórdias”. (1)

Clara de Assis vibrava no Amor, vibrar este que a coloca na condição de puro Amor, ou seja, o Amor estava no centro de sua vida. E como ela mesma experimentava esta condição, desejava que suas irmãs pudessem também mutuamente amar-se, mas não era um amar como o mundo prega, e sim amar com a caridade de Cristo.

A exemplo de Cristo Santa Clara desejava ardentemente que suas irmãs demonstrassem por meios das obras este amor e amando pudessem crescer no Amor de Deus. Assim, poderiam mutuamente viver a caridade.

O evangelista Mateus nos apresenta o ensinamento de Cristo, o qual pede que a exemplo do Pai das Misericórdias possamos ter compaixão para com nossos irmãos, em especial para com aqueles que pecam. Ser misericordioso é algo próprio do ser cristão, assim como é próprio do carisma franciscano e clariano. Clara sempre olhou suas irmãs a partir da ótica do Pai das Misericórdias. (2)

Cristo não só ensinou aos seus que é justo e necessário ser misericordioso, como também afirmou que “onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome ele estará no meio deles” (3). Este estar reunido simboliza o que é de mais sagrado na vida fraterna. Estar reunido, então, significa estar em comunhão. Para Clara de Assis, estar em comunhão é fazer se irmã, amiga, mãe, companheira e, sobretudo amar sem reservas e medidas.

Clara de Assis ainda hoje nos ensina que é necessário provocar mudanças fortes em nossas vidas e colocar no centro delas o amor, amor este que é a fonte que nutre, congrega, reúne e anima a caminha.

(1) Cf. Testamento de Santa Clara 56 à 60

(2) Cf. Mt 15,18-20

(3) Cf. Mt 15,20

 

Fonte: http://www.reflexoesfranciscanas.com.br/search?updated-max=2011-02-16T10%3A36%3A00-02%3A00

Acessado em 26/02/11

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