O nosso bem aventurado é originário de Posat, Suíça. Teve uma boa formação cristã segundo os costumes da região. Freqüentou o colégio dos Jesuítas em Friburgo, onde terminou seus estudos humanísticos e filosóficos de maneira brilhante.
Os jesuítas teriam gostado se o jovem tivesse escolhido a sua Companhia, mas ele preferiu os Capuchinhos e no dia 26 de setembro de 1762, iniciou o noviciado sob direção de frei Dionísio de Lucerna.
Foram anos silenciosos de formação e estudos de aprimoramento teológico, intelectual e espiritual. Foi ordenado sacerdote em Sion em 1769, iniciando assim sua atividade apostólica. Durante a semana trabalhava na igreja do convento, nos domingos e festividades ajudava o clero diocesano.
Por sua vida exemplar e competência cientifica, os superiores o nomearam professor de Teologia em Friburgo no ano de 1774, e em 1783, mestre dos noviços em Alt-Fort. Por seu desempenho nos dois encargos, foi nomeado prefeito do colégio Stans em 1785, onde encontrou o ambiente certo para mostrar seus talentos de mestre, educador, pregador e diretor espiritual.
Dedicou-se ao trabalho com grande entusiasmo, produzindo bons frutos. Mas, nos planos da Providencia, esta mesma atividade deveria principalmente, proporcionar-lhe grandes sofrimentos morais, que o prepararam para o martírio.
Foi criticado de heterodoxia, o que resultou em infundadas calúnias; atacam, então, sua vida sacerdotal. Ferido no ponto mais sensível de sua alma, frei Apolinário soube aceitar tudo por amor de Deus, colocando-se totalmente em suas mãos. Entretanto, a fim de defender a reputação da Ordem, os superiores ordenaram-lhe que se defenda e desminta as acusações. Frei Apolinário obedece, e em seguida pede transferência, a fim de poupar os confrades de novas moléstias. Vai para Lucerna, depois a Paris, onde se prepara apara ser missionário na Ásia.
Os confrades franceses confiam-lhe a numerosa colônia alemã de Paris. Frei Apolinário a assiste com costumeiro zelo, obtendo, assim, frutos abundantes. Entretanto, a revolução francesa iniciada em 1780, transforma Paris num palco de atrozes crueldades, desencadeando uma perseguição cruenta ao clero que não aceitava o juramento civil. Frei Apolinário, como a maioria do clero, não aderiu ao juramento; vê-se novamente caluniado, e no dia 14 de agosto de 1792 foi preso e jogado na Igreja dos Carmelitas, usada como prisão.
Frei Apolinário com sua palavra apostólica e sua caridade franciscana, admoestava os 150 sacerdotes que estavam com ele a serem fortes e a dar com coragem e alegria o testemunho do sangue ao Cristo e à sua igreja. No dia 02 de setembro também ele deu heroicamente este testemunho, sendo com eles martirizado.
Na sua ultima carta, escreveu: “sou o trigo de Cristo. Os dentes das feras devem moer-se, para transformar-me em pão. Aleluia”. Parece ouvir as palavras de Santo Inácio de Antioquia...
Sua vida que não teve nada de extraordinário foi sempre guiada pela divina providência que lhe preparou o martírio. Podemos constatar que o martírio foi fruto e coroa de uma dedicação fiel ao serviço de Cristo entre o sacrifício e as dificuldades da vida cotidiana.
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