terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

40 ANOS NO DESERTO

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Frei Luiz Iakovacz

Para os que primam pela exatidão científica, especialmente os ocidentais, 40 anos são a sucessão matemática de dias, meses e anos. Para outros – como, por exemplo, o povo da Bíblia – 40 anos indicam a duração de uma geração, ou o tempo necessário para uma “mudança de mentalidade”.

Quando o povo hebreu saiu do Egito, após longos anos de escravidão – 430 anos como narra Ex 12,40 -, sua cabeça estava “contaminada” pelos costumes daquele país. Era normal pensar que, na sociedade, alguns seriam ricos e mandavam, enquanto a maioria devia trabalhar em regime de escravidão. O politeísmo era uma prática religiosa comum, bem como venerar o Faraó como “deus” e obedecê-lo cegamente. Os que exerciam funções religiosas estavam a serviço e na defesa deste “status quo”.

domingo, 16 de abril de 2017

DOMINGO DE PASCOA


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Frei José Carlos da Silva, ofm

Anseios de vida nova, busca de um sentido para a própria existência; medo da morte enquanto fracasso, esperança do amor que tudo renova... tudo isso encontra sua razão de ser na Ressurreição de Jesus.
Maria Madalena “viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo”. Essa pedra não foi removida só do túmulo de Jesus. Ela foi removida da nossa vida. Ela simboliza tudo o que impede a nossa realização e felicidade. Todos os males, inclusive a morte, foram sepultados junto com Jesus, e destruídos para sempre. A Ressurreição já nos está garantida, e ela não é uma realidade futura apenas, é presente: “Se ressuscitastes com Cristo...”

sexta-feira, 14 de abril de 2017

SEXTA FEIRA SANTA

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Frei José Carlos da Silva, ofm

Nós que acompanhamos a entrada de Jesus em Jerusalém... nós que O aclamamos com Hosana ao Filho de Davi... nós que estendíamos nossos ramos durante sua passagem... agora aqui nos encontramos aos pés da CRUZ. Na Cruz se consuma a missão de Jesus. O “tudo está consumado” não significa “chegou ao fim”, mas sim, que “a vontade do Pai foi realizada, em tudo e perfeitamente”.  O que celebramos nesta Sexta Feira Santa não é a morte de Jesus, mas sua vitória sobre a morte, sobre a violência, sobre a maldade humana, sobre o egoísmo, e sobre tudo o que impede o ser humano de aceitar livremente o amor de Deus e sua vontade.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

QUINTA FEIRA SANTA

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Frei José Carlos da Silva, ofm

Relembramos hoje a “Ceia de Jesus com seus Apóstolos”. Nesta Ceia, Jesus quis fazer-se comida e bebida para todos, como sinal de Unidade, de Comunhão, de Serviço e de Entrega total da sua vida para a construção do Reino de Deus. É a herança maior que Jesus nos deixou.
        Esta Ceia nos coloca diante do exemplo surpreendente de humildade  que Jesus dá quando se ajoelha e executa uma tarefa própria dos servos mais ínfimos: começou a lavar-lhes os pés.... o Amor e a Ternura constituem o ponto forte deste momento de intimidade... O próprio Senhor quis dar àquela reunião tal plenitude, tal riqueza, tal comoção de palavras e sentimentos, tal novidade de atos e preceitos, que nunca acabaremos de meditá-los e explorá-los.
O Amor não é uma idéia, um sentimento ou emoção, mas uma atitude de vida, pois implica aceitar o outro, perdoar o outro, ajudar o outro; vê-lo como ele é não como nós desejamos que fosse.

terça-feira, 28 de março de 2017

Francisco de Assis e a alegria espiritual

FREI VITÓRIO MAZZUCO

Imagem do artista plástico carioca Vagner Aniceto

Na segunda vida de Tomás de Celano temos o relato: “Este santo afirmava que o remédio mais seguro contra as mil insídias e astúcias do inimigo é a alegria espiritual (...) O demônio exulta, acima de tudo, quando pode surrupiar ao servo de Deus a alegria do espírito. Ele leva um pó que possa jogar, o mais possível, nas pequenas frestas da consciência e sujar a candura da mente e a pureza da vida. Mas, quando a alegria espiritual enche os corações, em vão a serpente derrama o veneno letal (...) Quando, porém, o espírito está choroso, desolado e tristonho, é facilmente absorvido pela tristeza ou levado a alegrias vãs. Por conseguinte, o santo esforçava-se por manter-se sempre na alegria do coração, por conservar a unção do espírito e o óleo da alegria. Com o máximo cuidado evitava a péssima doença da tristeza, de modo que, quando a sentia a penetrar na mente, ainda que um pouquinho, corria o mais depressa possível à oração” (2Cel 125).

domingo, 19 de março de 2017

Palavras de Frei José Carlos

 

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Irmãos e Irmãs Pace e Bene! 

A caminhada dos hebreus pelo deserto representa a nossa caminhada pela vida onde fazemos a experiência de um Deus Libertador e Salvador sempre presente ao nosso lado que nos estende a  mão e nos faz passar da escravidão do pecado para a liberdade que é a graça de Deus. 

Nos deparamos com o episódio do poço de Jacó... a Samaritana representa a humanidade que procura desesperadamente a água capaz de matar a sede de vida plena.  Só Jesus Cristo oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem. Atentemos ainda o pormenor do cântaro abandonado que significa o romper de todos os esquemas de procura egoísta da felicidade para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena. A samaritana optou pelo dom de Deus, pela vida, experiência que a marcou a ponto de transforma-la em testemunha e missionária dessa mesma vida junto de Deus concidadãos. E NÓS ?
Um abençoado domingo para todos!

Frei José Carlos da Silva, ofm

segunda-feira, 13 de março de 2017

OFS: revisitar o seu interior em vista da missão

 

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ORDEM FRANCISCANA SECULAR DO BRASIL

Capítulo Ordinário Avaliativo

Campo Largo,  PR

17 a 19 de março  de 2017

Tema:  Franciscano secular: revisitar o seu interior em vista da missão
Lema: Uma formação que motive e acenda a chama

Neste mês de março, os franciscanos seculares do Brasil estarão reunidos em Capítulo Avaliativo, no município de Campo Largo (PR). Apresentamos aos leitores deste site algumas ideias centrais a respeito do tema  escolhido: revisitar o interior em vista da missão. Redescobrir o “lugar do coração” para que a nossa missão seja  significativa e não apenas “nuvens sem água”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM, Assistente Nacional pelos Menores

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

40 PRÁTICAS DE AMOR...

Está chegando a  QUARESMA, tempo de CONVERSÃO, mudança de vida.

Que tal praticar, a cada dia, um ATO DE AMOR, seja pelo seu irmão, seja pela sua conversão?

Nós preparamos para você um "calendário" para ajudar você nestas pequenas práticas da Quaresma. 

Comece na Quarta-feiras de Cinzas, mude, acrescente, adapte ao seu cotidiano, e faça delas uma prática constante além deste tempo:

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Fonte: http://www.catequistasemformacao.com/2017/02/40-praticas-de-amor.html?m=1 acessado em 21/02/17

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Papa Francisco: 15 Simples atos de caridade para Quaresma

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Para a Quaresma o Papa Francisco propõe 15 simples atos de caridade que ele mencionou como manifestações concretas de amor:

1. Sorrir, um cristão é sempre alegre!
2. Agradecer (embora não “precise” fazê-lo).
3. Lembrar ao outro o quanto você o ama.
4. Cumprimentar com alegria as pessoas que você vê todos os dias.
5. Ouvir a história do outro, sem julgamento, com amor.
6. Parar para ajudar. Estar atento a quem precisa de você.
7. Animar a alguém.
8. Reconhecer os sucessos e qualidades do outro.
9. Separar o que você não usa e dar a quem precisa.
10. Ajudar a alguém para que êle possa descansar.
11. Corrigir com amor; não calar por medo.
12. Ter delicadezas com os que estão perto de você.
13. Limpar o que sujou, em casa.
14. Ajudar os outros a superar os obstáculos.
15. Telefonar para seus pais.

O MELHOR JEJUM
• Jejum de palavras negativas e dizer palavras bondosas.
• Jejum de descontentamento e encher-se de gratidão.
• Jejum de raiva e encher-se com mansidão e paciência.
• Jejum de pessimismo e encher-se de esperança e otimismo.
•Jejum de preocupações e encher-se de confiança em Deus.
• Jejum de queixas e encher-se com as coisas simples da vida.
• Jejum de tensões e encher-se com orações.
• Jejum de amargura e tristeza e encher o coração de alegria.
• Jejum de egoísmo e encher-se com compaixão pelos outros.
• Jejum de falta de perdão e encher-se de reconciliação.
• Jejum de palavras e encher-se de silêncio para ouvir os outros.

Uma santa Quaresma a todos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Minoridade

 

Palavra Nova esta! Dá impressão que foi Francisco de Assis que inventou! Se não foi ele, o certo é que foi ele quem a Encarnou e Viveu! Vem do latim: “minor”, que pode ser traduzida como humildade, pequenez, serviço, despojamento, desapropriação, simplicidade. Se opõe a poder, prestígio, fama, status, aparência, deslumbre!

“O maior seja como o menor, e quem manda, como quem serve”.
(Lc 22, 26)

“Sendo de condição divina, não considerou o ser igual a Deus como algo a se apegar ciosamente, mas esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo. Humilhou-se e foi obediente até a morte e morte de cruz”
(Epístola de São Paulo)

É uma característica essencial para quem quer levar uma Vida Franciscana! Pode-se dizer que MINORIDADE É A ARTE DE PASSAR DESPERCEBIDO. É como numa partida de futebol, quando não se fala do juiz, quando ele não é nem percebido é porque é um ótimo árbitro! É A ARTE DA DESCOMPLICAÇÃO! É ser como a água… que procura sempre o lugar mais baixo, mais simples para passar…e ali escorre calma e tranqüila; mesmo quando encontra um obstáculo… bate de leve, mas passa de lado sem criar maiores problemas.

A Minoridade faz-nos solidários com os últimos da sociedade”
(Regra Não-Bulada, 9)

A MINORIDADE É UM TESOURO DA ESPIRITUALIDADE!

domingo, 29 de janeiro de 2017

Iniciando 2017

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Hoje demos inicio as atividades em nossa fraternidade.
“Nada do que fazemos em nossa fraternidade, nenhuma de nossas atividades, deve deixar morrer o espirito de oração”
Com estas palavras, Frei Jose Carlos da Silva.ofm, nosso assistente espiritual, deu inicio a reflexão que nos trouxe para este dia.
Frei Francisco a Frei Antônio, meu bispo saudações.
Apraz-me que leias a Sagrada Teologia aos frades, contanto que dentro deste estudo não extingas o espírito da santa oração e devoção, como está contido na Regra.
O que deve mover sempre a vida do Religioso, bem como de todo Cristão, é a ação do “espírito da santa oração e devoção”

sábado, 17 de setembro de 2016

IMPRESSÃO DAS CHAGAS DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

 

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No dia 17 de setembro a Família Franciscana celebra, em todo o mundo, a festa da impressão das Chagas, também chamada de Estigmas de São Francisco de Assis. A introdução litúrgica da Missa e Liturgia das Horas diz o seguinte:

“O Seráfico Pai Francisco, desde o início de sua conversão, dedicou-se de uma maneira toda especial à devoção e veneração do Cristo crucificado, devoção que até a morte ele inculcava a todos por palavras e exemplo. Quando, em 1224, Francisco se abismava em profunda contemplação no Monte Alverne, por um admirável e estupendo prodígio, o Senhor Jesus imprimiu-lhe no corpo as chagas de sua paixão. O Papa Bento XI concedeu à Ordem dos Frades Menores que todos os anos, neste dia, celebrasse, no grau de festa, a memória de tão memorável prodígio, comprovado pelos mais fidedignos testemunhos.” Da legenda Menor, de São Boaventura, bispo (De Stigmatibus sacris, 1-4; ed. Quaracchi 1941, p. 202-204). Pelos sagrados estigmas Francisco se tornou imagem do Crucificado.

domingo, 8 de maio de 2016


É preciso saber onde procurar o Senhor


Frei Gustavo Medella
A cena é corriqueira: o filho está com pressa e precisa daquela camisa nova para sua primeira entrevista de emprego. Abre o armário, percorre os cabides, revira as roupas e nada… Apela para mãe que, pacientemente se dirige ao guarda-roupa e, em pouco mais de 30 segundos, encontra a camisa, ali, bem à vista, tal qual fosse um bicho peçonhento teria dado o bote no distraído jovem. Por que a mãe foi tão bem-sucedida na busca que o jovem não conseguiu concluir? Ela soube onde e como procurar, na certeza de que a peça de roupa ali estava.
Saber onde e como procurar… Eis o desafio posto aos discípulos depois da Ascensão do Senhor.

sábado, 26 de março de 2016


PÁSCOA
Frei Jose Carlos, OFM

        É Páscoa... Cristo vive. Ele é o Emanuel, o Deus conosco... Ele vive em cada um de nós. Páscoa é passagem. É Deus passando em nossa vida. Somos nós passando em nós mesmos, na grande viagem interior. É nossa passagem na vida de nosso irmão, marcando sua vida, sua história.
        Páscoa é vida. É libertação de todo bloqueio, de todas as cadeias, de toda situação de menos vida. É vida nova, é um parto de luz, um novo nascimento. Páscoa é reconstrução. É buscar vencer o ódio, a injustiça, as estruturas de opressão. É viver a fraternidade.
        Páscoa é esperança. Esperança na certeza de que na humanidade brota uma grande força capaz de vencer toda espécie de injustiça para deixar transparecer já, no hoje, no aqui, no agora, o Cristo Ressuscitado num mundo em contínua Ressurreição, marcado pela transformação.

        A celebração da Ressurreição de Cristo não nos deve fazer pensar apenas num fato do passado ou que virá no futuro, quando todos Ressuscitarão. A Ressurreição de Cristo nos arranca das trevas para a Luz, do cativeiro para a Libertação, da morte para a Vida, do desânimo para a Esperança . A confiança na presença de Jesus Ressuscitado nos deve dar forças para romper todos os sepulcros e todas as grades com que o mundo nos quer manter prisioneiros. À todos uma Feliz e Santa Páscoa no Ressuscitado!

segunda-feira, 14 de março de 2016

Quaresma
 Frei José Carlos, OFM
 

QUARESMA: sempre é único e especial esse momento da Liturgia. A Oração, Penitência, Jejum, Esmola, Palavra de Deus, Confissão Sacramental, Reflexões, fazem parte desse tempo, juntamente com uma sobriedade na liturgia.

         Todos nós necessitamos de um tempo de reflexão e mudança. Durante o ano tantas situações vão se sucedendo e colocando-nos muitas vezes fora do caminho do Senhor. Os 40 dias que tornam presentes os dias de Jesus no deserto, e também os anos do povo de Deus na caminhada do Êxodo, saindo das escravidões para a vida nova, passando pelo Mar Vermelho e celebrando a aliança com Deus, nos recordam que é tempo de renovar nossa vida batismal e nossa aliança com o Senhor.

         40 dias de reflexão: em um mundo dessacralizado, distante da prática religiosa, percebe-se a influência dos tempos litúrgicos. As semanas que antecedem as comemorações da Morte e Ressurreição do Salvador, denominadas “tempo quaresmal”, nos proporcionam ricos ensinamentos, farta e bela semeadura, capaz de, uma vez aproveitada, produzir abundantes frutos espirituais.
        

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Padroeira e Rainha da OFS

Frei Clarêncio Neotti, OFM

Imaculada

Estamos diante de um mistério. Ou seja: diante de um fato que nossa inteligência, por ser conhecidamente limitada, não consegue abranger nem explicar por inteiro. O mistério não contradiz a razão humana, mas a excede.
O privilégio da Imaculada Conceição não se refere ao fato de Maria de Nazaré ter sido virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Não se refere ao fato de ter ela concebido o filho sem o concurso de homem, mas por obra e graça do Espírito Santo. Não se refere ao fato de Maria não ter cometido nenhum dos pecados que nós costumamos fazer, confessar e nos esforçamos por evitar. Refere-se ao fato de Deus havê-la preservado da mancha com que todas as criaturas humanas nascem, mancha herdada do pecado cometido por Adão e Eva. A teologia chama esta mancha de “pecado original”. Original, não porque nascemos como fruto de um ato sexual. Mas original, porque se refere à origem de toda a humanidade, ou seja, aos nossos primeiros pais, que a Bíblia chama de Adão e Eva.
A Sagrada Escritura ensina-nos que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Não o fez por necessidade, mas num gratuito gesto de amor. Criado por amor, o ser humano estava destinado a uma plena e eterna comunhão com Deus. Comunhão tão íntima e divina, que o próprio Filho de Deus dela poderia participar sem nenhuma diminuição de sua divindade.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Advento com S. Francisco

 
Ir. Maria Bernarda de Cristo Rei, Cl. Capuchinha
“Deus, disse São Francisco, é Trindade e Unidade, Pai e Filho e Espírito Santo, criador de todas as coisas e salvador de todos os que nele creem, esperam e o amam... sem início e sem fim, imutável, invisível, inenarrável, inefável, incompreensível, insondável...”.
Deus é mistério...! Este mistério é revelado a nós pelo Verbo que se fez carne: o Pai enviou-nos o Filho e o Espírito Santo. O Verbo, encarnado no seio da Virgem Mãe é Jesus, o Senhor.
No Ano litúrgico, a Igreja (nascida do lado aberto de Jesus e, por isso, sua esposa) apresenta a vida de Jesus nos seus mistérios. Jesus que nasce; Jesus que anuncia o Reino; Jesus que assume todos os males e a morte no seu sacrifício, revelação suprema de Deus – Amor; Jesus que ressuscita e que se manifestará na sua glória, dando glória ao Pai.
Deus, diz São Francisco, “é Salvador de todos os que nele creem, esperam e o amam...” É Salvador: Ele nos envia o seu Filho para que nós, criaturas humanas, possamos conhecê-lo e receber a força do Espírito Santo para agir segundo seu exemplo e sermos reconhecidos por Ele como filhos.
O Ano litúrgico é, portanto, a vida de Jesus oferecida à nossa reflexão e oração para que possamos assimilá-la, torná-la nossa até Cristo viver em nós.
O Ano litúrgico começa pelo Advento: “ad- venio”: é Deus que vem ao nosso encontro... O Advento é preparação ao Natal... Depois de ter evidenciado estas verdades, será que podemos viver o Advento pensando somente em preparar o presépio, as luzes, músicas e presentes, ou antes, empenharmo-nos no conhecimento maior deste mistério, na vivência das virtudes cristãs, numa vida mais coerente com a nossa Fé?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Advento, caminhada para o Natal do Senhor

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Por: Frei Alberto Beckhäuser, OFM

Advento significa vinda, chegada! Advento é tempo de preparação para a vinda do Senhor, bem como a própria vinda na celebração, pela mudança de vida, a prática da justiça e da caridade.

Natal significa nascimento, nascimento de Jesus Cristo. É vinda de Jesus Cristo, vinda celebrada e atualizada na celebração do seu Natal. O nascimento de Jesus Cristo é o centro das festividades do Natal.

As celebrações do ciclo de Natal referem-se à vinda de Deus para morar entre os seres humanos. No centro de tudo está o Menino Deus envolto em faixas, e não o papai Noel com seus presentes nem a Ceia de Natal. Este seria o natal do comércio alimentado pelo consumo.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A natureza do "Amor Franciscano"

Por Fr. Demelli, OFM


É exato dizer, como tantos já o fizeram, que o amor é o característico de São Francisco? Nada mais Verdadeiro: São Francisco possui uma capacidade de amar superior ao comum não só dos homens, mas até dos santos ... O que distingue um santo de outro santo, um homem de outro homem (pois nada de fato revela melhor o valor de um homem) é o seu modo de amar.

O modo de amar de São Francisco é confiança e é renúncia, que se expandem em ação e em pobreza...Todavia desde que, para um homem de seu temperamento, o amor é fonte de ação, ele pergunta imediatamente a si mesmo: Que devo fazer? - e como o Evangelho responde: "Quem me ama observa meus mandamentos", ele não sente necessidade de consultar um diretor espiritual, não projeta entrar num monastério, mas contenta-se, para resolver suas perplexidades, em abrir o Evangelho e tomar o conselho que ali achar como se tivesse sido a ele dirigido e segui-lo ao pé da letra...

Amando deste modo concreto, a devoção de São Francisco se dirige especialmente à humanidade do Filho de Deus, sobretudo onde esta mais sofreu e se humilhou; em Belém, no Calvário, na Eucaristia....


Fonte:Vocacões Franciscana

acessado em 25/10/14

sábado, 25 de outubro de 2014

Vocação: Um Chamado de Amor e Doação

Por: Tiago Signorini

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Existem diversas situações na vida em que temos a impressão de caminhar sem rumo. As ambições humanas, a sociedade cheia de injustiças, a violência, a corrupção, a perversidade do mundo moderno que faz do homem e da mulher um ser consumista e até ‘descartável’ nos desorientam. Mas o amor de Deus, que nos ama incondicionalmente, não pode passar despercebido. Ele nos chama à vida. Eis aí nossa primeira vocação e a razão para não perdermos a esperança.

Vocação é justamente o sinal de que Deus nos ama, independente do caminho prático que escolhemos seguir. Mas, corremos o risco de achar que vocação é apenas assunto de padre e freira! Engano nosso. Todos somos vocacionados.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

A Alegria Franciscana

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A alegria franciscana abrange todas as fontes de satisfação humana e cristã. Entre as fontes humanas é muito importante a contemplação da beleza que arrebatava São Francisco mesmo durante as torturas de doença, e que ainda lhe permitiam rever as estrelas e as flores, a terra e o fogo, a água e o vento, quando já os seus olhos inflamados não permitiam mais discernir os objetos; aquele gosto pela arte e pela música, em particular que despertava nele o desejo de ouvir tocar a cítara, durante suas noites de dolorosa insônia, e lhe inspirava a necessidade de cantar até na agonia.

Em vez de se concentrar sobre suas próprias dores, o que é supremo egoísmo, o franciscano deixa-se imergir na harmonia do universo; essa harmonia proporciona-lhe o esquecimento de si mesmo e um sutil prazer, mesclado de melancolia, a qual se dissipa como uma neblina, quando da admiração pelas criaturas ele consegue se elevar até à gratidão pelo Criador (…).

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A Utopia de Francisco se fez Clara

Por Frei Vitório Mazzuco Filho

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…O que sabemos da mãe do nosso movimento? Ela não é a sombra de Francisco, mas brilha com ele na primavera da sociedade e da igreja medieval até os tempos atuais. Cidadãos de Assis e cidadãos do mundo, os dois são portadores de uma personalidade forte e original. Há 800 anos o Movimento de Assis sacode o mundo com valores profundamente humanos e divinos, nele o Evangelho faz estrada. E desde então temos esta Mulher Nova que nos legou um modo de amar e um modo de abraçar a revolução que vem da altíssima pobreza.

O título acima é de uma obra coletiva italiana publicada pela Cittadella Editrice e remete à escolha comum do Evangelho. Clara não é fotocópia de Francisco mas é o lado feminino do projeto sonhado por ele. Ela viveu o discipulado como uma mestra autônoma e responsável do mesmo projeto de vida evangélica. Por séculos Clara ficou desconhecida por que culturalmente achamos que experiências, escritos, mística, espiritualidade, carisma fundacional, capacidade de conduzir grupo religioso é atribuição apenas de homem; aliás, descobrir o potencial feminino é o que falta ainda no processo de conversão da própria eclesialidade.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SÃO LUÍS IX - REI DE FRANÇA–PATRONO DA OFS

 

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Nasceu no castelo de Poissy, a 30 quilómetros de Paris, a 25 de Abril de 1214 ou 1215, dia de procissões solenes do dia de São Marcos. A sua infância terá sido influenciada pela figura do seu pai que, unindo o zelo pela religião à bravura marcial que lhe valeu o cognome de o Leão, subjugou os cátaros do sul da França.

Particularmente zelosos da sua educação, os pais de Luís IX deram-lhe bons preceptores: Mateus II de Montmorency, Guilherme des Barres, conde de Rochefort, e Clemente de Metz, marechal da França, inspiraram-lhe os sentimentos de um rei cristianíssimo e filho da Igreja.

Com a morte do seu pai em 8 de Novembro de 1226, Luís IX subiu ao trono aos 12 anos de idade. Foi sagrado na catedral de Reims por Jacques de Bazoches, bispo de Soissons, em 30 de Novembro do mesmo ano.

sábado, 2 de agosto de 2014

Perdão de Assis

perdão de AssisCompreender o verdadeiro significado da Porciúncula também é importante para adentrar na essência desta data, de acordo com Frei Fidêncio. Para os franciscanos, ela é muito mais que a igreja pobre e simples que os monges beneditinos concederam a Francisco e seus companheiros, que cresciam em número de forma significativa.

“Foi ali que São Francisco ouviu o Santo Evangelho do envio missionário dos 12 apóstolos e, após pedir explicações ao padre ao final da Missa, exclamou: ‘É isso que desejo e quero!’. É o local da grande descoberta da vocação, é também onde Santa Clara se consagrou e os frades se congregavam para tomar decisões, rezar, se encontrar. Ali nasceu a forma franciscana de vocação à vida evangélica. Quando falamos em Porciúncula, reunimos todos os elementos e valores da nossa espiritualidade; representa a essência do carisma”, explica.

Para entender melhor o significado da data, é preciso remontar ao ano de 1216.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Hoje, memória da canonização de São Francisco

Memória de São Francisco de Assis

 

No dia 16 de julho de 1228, dois anos depois de sua morte, São Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Na ocasião, ele publicou a Bula de Canonização “Mira circa nos” “aos veneráveis irmãos arcebispos, bispos etc…”

1). É maravilhoso como Deus se digna ter piedade de nós e inestimável é o amor de sua caridade, pela qual entregou-nos o filho à morte para remir o escravo!
Sem renunciar aos dons de sua misericórdia e conservando com proteção contínua a vinha que foi plantada por sua destra, continua a mandar operários para ela mesmo na décima primeira hora para que a cultivem bem arrancando com a enxada e o arado com o qual Samgar abateu seiscentos Filisteus (Jz 6,31) os espinhos e as ervas más, para que, podados os ramos supérfluos e os brotos espúrios que não levam às raízes, e extirpados os espinheiros, ela possa amadurecer frutos suaves e saborosos.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Páscoa e Francisco de Assis

Falar de Francisco e da Santa Páscoa vivido por ele é tão diferente dos conceitos normais que temos hoje sobre as celebrações pascais!

1. Páscoa: caminhar neste mundo como Peregrinos e Forasteiros!

(Francisco no domingo da Páscoa)

De primeira vista, temos o episódio de Francisco no dia da Páscoa, narrado por São Boaventura: “Certa vez, no dia sagrado da Páscoa,estando num eremitério distante e sem poder mendigar, Francisco pediu esmola aos próprios irmãos, como peregrino e pobre, em memória d’Aquele que, naquele dia, aparecera aos discípulos na estrada de Emaús sob a figura do peregrino. E tendo-a recebido com humildade, instruiu-os nas divinas letras, exortando-os a que no deserto deste mundo se julgassem peregrinos e estrangeiros, isto é, como verdadeiros israelitas, e a que celebrassem continuamente em pobreza de espírito a Páscoa do Senhor, ou seja, o trânsito desta vida à vida eterna, a passagem deste mundo para o Pai” ( LM, VII, 9).

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos, com hosanas, saudações e louvores, prefigura a vitória de
Cristo sobre a  morte e o pecado. É o portal de entrada para a Paixão
de Cristo: a Semana Santa  inicia-se com ele. Que lições ele nos traz?
Que frutos e graças dele podemos tirar?

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O Domingo de Ramos é a comemoração litúrgica que recorda a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém onde Ele iria celebrar a Páscoa judaica com seus discípulos.

Ele é o portal de entrada da Semana Santa. É no Domingo de Ramos que se inicia a Semana da Paixão. É o dia em que a Igreja lembra história e a cronologia desses acontecimentos para dele tirarmos uma lição.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A serviço do Evangelho e da fraternidade: uma proposta franciscana

 

 

 

“Vamos começar a servir a Deus, meus irmãos, porque até agora fizemos pouco ou nada.” (1Cel 103,3; LM 14,1)

 

 

Por Frei Luiz Pinheiro Sampaio, OFMCap

A caminhada franciscana, enquanto serviço, deve ser pautada pelo Evangelho nas dimensões concretas da vida. Deve haver uma estreita relação entre as realidades da Palavra e do cotidiano. Em todo o seu peregrinar, São Francisco e Santa Clara de Assis harmonizaram muito bem essas dimensões. Para eles era impossível separar o Evangelho da vida e vice-versa. Portanto, quando falamos de serviço evangélico e de fraternidade evangélica precisamos ter diante de nós, franciscanos e franciscanas, a compreensão de que estamos servindo a Jesus Cristo (Evangelho do Pai) e à Fraternidade, que abrange a comunidade de irmãos e irmãs (koinonia), a igreja-povo de Deus (ecclesia), a sociedade humana e a ecologia (a harmonia entre as pessoas e todas as criaturas).
Para os iniciadores do Movimento Franciscano, o compromisso assumido significava não descansar nunca nem se acomodar frente aos desafios e apelos concretos da existência humana. Entretanto, encontramos no seio da Fraternidade franciscana, de ontem e de hoje, quem acha mais fácil servir ao Evangelho como algo maravilhoso e bonito, aquilo que agrada e é suave, sem amargor e dificuldades. Para São Francisco, o amargo se lhe transformara em doçura (Test. 1), pois aprendera a encarar as mazelas da vida com muita coragem. É neste sentido que o Santo se posicionava tenazmente contrário ao irmão que não assumia a própria vocação de frade menor. A quem agia desse modo, ele dava o apelido de “irmão mosca”, porque, como tal, não contribuía com nada e só queria se beneficiar das coisas da Fraternidade.

sábado, 25 de janeiro de 2014

PERTO OU LONGE, O OUTRO É SEMPRE IRMÃO

Frei Almir Ribeiro Guimarães,OFM

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Bem-aventurado o servo   que tanto ama e respeita o seu irmão quando este estiver longe dele como quando estiver com ele; e não disser por trás dele aquilo que, com caridade, não pode dizer diante dele ( Admoestação  XV)

  • O tema do respeito e da reverência para com o irmão é fundamental para todos os cristãos e, de modo particular, para nós franciscanos.  Constituímos fraternidades em diferentes níveis.  Em todos os lugares e cantos somos conhecidos  como irmãos,  membros que tratam seus pares com a delicadeza reverente do irmão.  Ao longo do tempo da vida trabalhamos a fraternidade, melhoramos nosso jeito de ser irmão. Esmeramo-nos em não ofender o amor fraterno.
  • Tudo começa com essa consciência dos cristãos: temos todos um e mesmo Pai.  Ele sonhou e “inventou” cada um de nós.  Uns e outros saímos do seio de Deus, do coração de Deus, como os irmãos de sangue nascem do seio da mesma mãe. Assim, diante do Pai estamos ligados para sempre.  Não podemos e não queremos  nos separar uns dos outros.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Imaculada Conceição de Maria

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O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro de nós e que não renunciamos nunca.
A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma, foi definida em 1854, pelo papa Pio IX, através da bula “Ineffabilis Deus”, mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no Oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII.
A festa não existia, oficialmente, no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia chamado bem-aventurado João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de são Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade.