domingo, 30 de setembro de 2012

O caminho de São Francisco

Francisco Matriz

Se sentires o chamado do Espírito,
atende-o e procura ser santo(a)
com toda a tua alma, com todo o teu coração
e com todas as tuas forças.

Se, porém, por causa de tua fraqueza
não conseguires ser santo(a).
procura então ser perfeito(a)
com toda a tua alma, com todo o teu coração
e com todas as tuas forças.

Se, contudo, não conseguires ser perfeito(a)
por causa da vaidade de tua vida,
procura então ser bom(a)
com toda a tua alma, com todo o teu coração
e com todas as tuas forças.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Francisco, modelo de paz

Por D. Paulo Evaristo Arns

A festa de São Francisco, em 4 de outubro, transformou-se em símbolo do esforço da Igreja pela Paz. Todos nos lembramos com gratidão da viagem de Paulo VI às Nações Unidas e do pedido humilde, mas corajoso, do Pontífice, de se transformarem os canhões de guerra em arados para a construção da paz duradoura.

Nos tempos de São Francisco, não havia homem que não andasse armado, e homens armados podem transformar-se facilmente em homens de guerra. Como nos dizia certa vez um mexicano: “Em minha Juventude, carregava-se sempre o revólver no cinto e morriam muitos homens pela violência. Hoje, andamos desarmados e já são poucos os que assim morrem”.

Para conseguir um movimento de paz, São Francisco fundou sua Ordem Terceira, que obrigava a todos os membros a andarem sempre com a expressão “Paz e Bem” sobre os lábios e com o cinto e o ânimo desarmados.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

E Francisco libertou o Evangelho

 

Frei Regis Daher (*)

Em 2006, Frei José Rodríguez Carbalho, no seu relatório ao Capítulo Geral da Ordem, o Ministro ofereceu algumas intuições que valem serem lembradas por ocasião da celebração de nosso Pai São Francisco. Não há muito que dizer de “novo” sobre Francisco de Assis. Paradoxalmente, o excesso de palavras parece afastá-lo ainda mais, como se ele se escondesse do nosso esforço racional de se apossar de sua pessoa ao tentar reduzi-lo à nossa medida.

O Evangelho ainda é Evangelho3489_260912-216x300

‘O Evangelho continua a ser Evangelho, quando cada um de nós, mesmo levando em conta a própria pobreza, tem a coragem de vivê-lo. ’ Para uma boa parcela dos cristãos, o fermento da boa nova perdeu sua força de transformação porque se tornou mais uma entre tantas outras novidades. Para Francisco, o Evangelho, acolhido em seu imediatismo, frescor e radicalidade, tornou-se a Notícia por excelência porque acolhida, ‘bela como a graça e ardente como o amor, que transforma quem a recebe com coração de criança’ (Mt 11,25).

sábado, 22 de setembro de 2012

É impossível viver sem o perdão!

 

A importância do perdão para a formação humana e espiritual

Perdoar: certamente não é fácil. Quem já precisou perdoar uma grave ofensa ou esqueceu uma mágoa importante, bem o sabe. Entretanto, é algo indispensável não apenas do ponto de vista cristão, mas também humano. Tanto que a revista Veja, em 2008, dedicou uma reportagem “de capa” a este tema. Entre tantas coisas, na introdução se lê: “A luta entre a sabedoria que leva à reconciliação e o desejo de retaliar é mais antiga que a civilização e continua sendo travada nos dias atuais. A lição da história é que foi através do perdão que a humanidade conseguiu interromper as espirais de violência provocadas pela vingança”.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Impressão das Chagas de São Francisco - Uma relíquia viva descia da montanha

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

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Desde a infância muitos de nós fomos aprendendo a gostar desse Francisco. Francisco das coisas pequenas, simples, irmão do sol, das estrelas, da água, do leproso e de frei Leão, Francisco, cheio de carinho para com o Menino das Palhas e o Jesus bondoso e pobre que morre na cruz, esse Jesus que é o amor que precisa ser amado.

São Boaventura escreve: “Francisco, servo verdadeiramente fiel e ministro de Cristo, dois anos antes de devolver o espírito ao céu, como tivesse começado num lugar alto, à parte que se chama Monte Alverne e, um jejum quaresmal em honra do Arcanjo São Miguel, inundado mais profusamente pela suavidade da contemplação do alto e abrasado pela chama mais ardente dos desejos celestes, começou a sentir mais copiosamente os dons da ação do alto. Então, enquanto se elevava a Deus pelos seráficos ardores e o afeto se transformava em compassiva ternura para com aquele que por caridade excessiva quis ser crucificado, numa manhã, pela festa da Exaltação da Santa Cruz, rezando na parte lateral do monte, ele viu como que a figura de um Serafim que tinha seis asas tão fúlgidas, tão inflamadas a descer da sublimidade dos céus, o qual chegando com um vôo rapidíssimo num lugar próximo ao homem de Deus, apareceu não somente alado, mas também crucificado, tendo as mãos e os pés estendidos, e pregados à cruz e as asas de modo tão maravilhoso dispostas de uma e outra parte que elevava duas sobre a cabeça, estendia duas para voar e com as outras duas velava o corpo, envolvendo-o todo (…). Depois de um certo colóquio secreto e familiar, ao desaparecer, a visão inflamou-lhe interiormente o espírito com ardor seráfico e marcou-lhe exteriormente a carne com a imagem do Crucificado, como se ao poder prévio de derreter o fogo seguisse uma impressão do selo” ( Legenda Menor – Os sagrados estigmas, n.1).

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Cruz do Senhor e a Cruz dos Discípulos

Por Frei Almir R. Guimarães, OFM

Quase na metade do mês de setembro vivemos a alegria da grande festa da Exaltação da cruz do Senhor. A antífona de entrada da Missa, tirada de Romanos, exprime bem o sentido profundo desta comemoração: “A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está a nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou” (Fl 6,14).

Cruz, instrumento de suplício: uma madeira mais longa na vertical e a outra, mais estreita, na horizontal. Castigo para os condenados! Antes de ser cruz a árvore frondosa era balançada pelo vento e seu verdor encantava os olhos dos passantes. As árvores dos bosques e das florestas é que oferecem a mataria prima da cruz. Um lenhador derrubou uma ou duas árvores, um entendido em carpintaria fez o encaixe…