sábado, 31 de outubro de 2009

SENTIDO DE PERTENÇA A ORDEM FRANCISCANA SECULAR


O QUE É A PERTENÇA FRANCISCANA?


Não é à toa que o tema do último Capítulo Geral foi A profissão do franciscano secular e seu sentido de pertença. Muito temos a dizer e sempre teremos, se pensarmos em tudo que “a pertença” significa na nossa vida. Comecemos do início: a formação. Como estamos nós nela? Ou como ela está em nós? Será que ainda nos consideramos em formação ou essa foi uma etapa vencida no caminho da nossa secularidade?
O que ouvimos muito pelas fraternidades é que a Ordem está ficando velha… Será? O que é “velha”? O mesmo que “idosa” ou “antiga” ou “obsoleta”? Aí está a questão. Os membros da OFS do Brasil estão com sentimento de cansaço, desânimo e velhice por responsabilidade própria. As fraternidades são núcleos familiares que devem estar se renovando todo dia, mas isso não acontece. O título de Escola de Perfeição Cristã seduziu muitos de nossos sábios e valiosos franciscanos a abraçar uma vida de penitência e conversão diária sem saber que essa Escola não podia parar de se atualizar, de acompanhar a evolução dos tempos, pois é de uma vida secular que estamos tratando. O que ocorreu é que as fraternidades foram se esvaziando com os anos, os nossos franciscanos mais antigos foram encontrando a nossa Irmã Morte e deixando verdadeiros buracos vocacionais nelas. O que fazer? Antigamente, pensava-se em entrar para a Ordem para aprender a ser santo antes de morrer… Hoje em dia, ainda temos exemplos desse pensamento acomodado em nossas fraternidades, o que as faz esmorecer a olhos vistos! A mudança está na formação!
Formamos cristãos para serem verdadeiros franciscanos na sociedade, para atuarem na política, para serem pais e mães de família amorosos, para agirem como cidadãos conscientes e profissionais responsáveis por onde quer que estejam, enfim, para que se tornem exemplos vivos do Evangelho de NSJC. Aí está a mudança: a formação é para os vivos e para dar cada vez mais sentido à vida dos cristãos; e não, para quem se prepara para fazer a passagem… A sabedoria dos mais velhos é usada hoje de modo a dar mais esclarecimentos sobre a vida no mundo, a balizar os caminhos por onde trilham os franciscanos novos e a testemunhar sua escolha pela vida secular! Pensando nisso, a Formação Franciscana voltou-se para o tempo de formação de iniciantes e formandos, além de rever como essa formação estava sendo ministrada nas fraternidades. Com relação ao tempo, conseguimos perceber que, na urgência por novas vocações ou por franciscanos mais jovens, a formação de iniciantes foi abreviada. Para que serve o Tempo de Iniciação? Muitos formadores desconhecem o real motivo pelo qual ainda subsiste este ano/tempo de formação, é uma pena. É justamente aí que plantamos a semente da pertença no coração dos cristãos aspirantes ao franciscanismo. Neste ano de vivência franciscana na escola de perfeição cristã é que o formador percebe se o iniciante tem ou não o carisma de nosso fundador, São Francisco. Sim. Não devemos colocar todo e qualquer devoto de São Francisco para dentro de nossas fraternidades, ele será eternamente um simpatizante da missão da OFS, e não, um FRANCISCANO SECULAR. O Formador também tem a função de identificar a luz do carisma de Francisco e Clara nos cristãos que se dispõem a frequentar este tempo. Somos mensageiros da paz e do bem, somos instrumentos de paz!
Passando ao Tempo de Formação Franciscana, a sementinha já plantada, temos que cuidá-la, adubá-la e regá-la com muito desvelo. Precisamos mais um ou dois anos até ter uma plantinha forte que não cairá com a primeira tempestade. É neste tempo que damos ao conhecimento do formando o que é ser franciscano e quais são suas responsabilidades. Passamos então a informá-lo, a formá-lo e a incentivá-lo a autoformar-se permanentemente, o que o fará sentir-se membro efetivo de uma Ordem Religiosa. Esses três pontos (informação, formação e autoformação) são importantíssimos para que esse novo franciscano persevere na fé seguindo o exemplo de Clara e Francisco de Assis. Ao final desse Tempo, teremos um cristão que conviveu com a família franciscana na sua Fraternidade Local, absorveu a História e a Formação dos Franciscanos ao longo destes mais de 800 anos e decidiu fazer sua Profissão Definitiva na OFS, estando bastante esclarecido de que sua decisão de entrar numa Ordem é para sempre! Afinal, como nos disse João Paulo II,
A palavra ‘Ordem’ significa a participação na disciplina e na austeridade própria daquela espiritualidade, a qual, na autonomia própria de vossa condição laical e secular, comporta pequenos sacrifícios não menores do que aqueles que se experimentam na vida religiosa e sacerdotal. (João Paulo II, 14 de junho de 1988, ao Capítulo Geral da OFS)
Se iniciarmos a conscientização franciscana já na formação, com o passar do tempo teremos uma Ordem mais unida, forte, madura e autônoma, não tão “dependente” de seus Assistentes Espirituais ou tão vulnerável a desmandos das Paróquias: formada de franciscanos professos adultos! Aí então seremos o que Francisco idealizou para nós:
Sepultados e ressuscitados com Cristo no Batismo, que os torna membros vivos da Igreja, e a ela mais fortemente ligados pela Profissão, tornem-se testemunhas e instrumentos da sua missão entre os homens, anunciando Cristo pela vida e pela palavra.
Inspirados por São Francisco e com ele chamados a restaurar a Igreja, empenhem-se em viver em comunhão plena com o Papa, os Bispos e os Sacerdotes, promovendo um confiante e aberto diálogo de fecundidade e de riqueza apostólica. (Regra e Vida, cap.II, art.6)
Será que estamos testemunhando o franciscanismo? Quiçá o cristianismo?
Será que estamos sendo instrumentos da missão de restaurar a Igreja que Francisco e Clara abraçaram e a quem nos propusemos a seguir?
Será que estamos (con)vivendo como irmãos e irmãs da penitência?
Há diálogo entre nós? Ou estamos nos acomodando?
Somos sujeitos nesta História da Igreja, somos personagens importantes na História do Franciscanismo, pertencemos a uma Ordem Secular que teve e tem coragem de acompanhar a evolução do mundo, seus avanços tecnológicos e científicos, que forma (e é formada de) franciscanos conscientes, críticos e responsáveis de seus direitos e deveres enquanto leigos na Igreja e na Sociedade, e o que estamos fazendo com isso? Será que não estamos enterrando nossos talentos?
A conscientização do que é a Profissão em uma Ordem Religiosa pode se refletir em nossos atos cotidianos, por exemplo, se nos identificarmos como franciscanos da Equipe de Liturgia, como franciscanos da Legião de Maria, como franciscanos do Partido Político X, como franciscanos da Pastoral da Terra, como franciscanos…
Somos franciscanos!
Pertencemos à OFS!
Encarar esses fatos vai nos ajudar a tomar nas mãos a nossa missão secular e a contribuir efetivamente para a restauração da Igreja de NSJC, dando continuidade à utopia de Francisco e Clara de Assis. Isso é a Pertença Franciscana!
Revista Paz e Bem
Maio/2009

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CRUCIFIXO DE SÃO DAMIÃO

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“Francisco, vai e reconstrói minha Igreja”.

Foi este Crucifixo que Francisco ouviu dizer, na pequena e abandonada igreja de São Damião:

Um artista italiano desconhecido o pintou no século XII num pano colado sobre uma

madeira de nogueira.

Ele possui 1,90m de altura, 1,20m de largura e 12cm de espessura.

Este é o Crucifixo e o Cristo glorioso que Santa Clara contemplará durante toda a sua

vida, durante todo o tempo em que permaneceu no Mosteiro de São Damião (1212 -

1253). Por isso, falará tantas vezes no “Rei da glória”.

Em 1259, após a morte de Santa Clara, quando as primeiras clarissas deixaram a igreja

de São Damião e passaram a morar na igreja de São Jorge (atual Basílica de Santa

Clara), para ficarem junto do corpo de sua Fundadora, levaram consigo este Crucifixo

que ficava sobre o altar. Abaixo vamos analisar cada pedaço que compõe o Crucifixo de São Damião, ressaltando os seus elementos mais significativos:

A figura central do ícone é o Cristo, não só por seu tamanho, mas também por ser o Cristo a figura luminosa que domina a cena e transmite luz para as demais figuras.

Os olhos de Jesus estão abertos: Ele olha para o mundo que salvou. Ele vive e é eterno.

A veste de Jesus é um simples pano sobre o quadril – o que simboliza tanto o Sumo

Sacerdote como a Vítima. O tórax e o pescoço são muito fortes. Atrás dos braços

esticados do Cristo está seu túmulo vazio, representado pelo retângulo preto.

Existem 34 figuras no Ícone:

2 imagens de Cristo

1 mão do Pai

5 figuras maiores

2 figuras menores

14 anjos

2 pessoas nas mãos de Jesus

1 menino pequeno

6 pessoas ao fundo da Cruz

1 galo.

Há 33 cabeças em torno da cruz, dentro das conchas, e sete ao redor da auréola.

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Na parte de cima da Cruz A ascensão é retratada no círculo vermelho: Cristo está

saindo dele segurando uma cruz dourada, que agora é Seu símbolo de realeza.

As vestimentas são douradas, símbolo de majestade e vitória.

A estola vermelha é um sinal de sua autoridade e dignidade supremas exercidas no

amor.

Anjos lhe dão boas-vindas no Reino dos Céus.

IHS são as três primeiras letras do nome de Jesus em grego. NAZARÉ é o Nazareno.

É o Cristo na glória!!!

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De dentro do semicírculo, na extremidade mais alta da cruz, está Deus Pai, se revela

numa benção. Esta benção é dada pela mão direita de Deus, com o dedo estendido.

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Em torno da cruz há ornamentos caligráficos que podem significar a videira mística,

“Eu sou a videira, vós os ramos…” (Jo15, 5). Na base da cruz há algo que parece ser

uma pedra - o símbolo da Igreja. As conchas do mar são símbolos de eternidade, que

nos é revelado.

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Do lado esquerdo da Cruz Como no evangelho de São João, Maria e João são

colocados lado a lado junto à Cruz. O manto de Maria é branco, significando vitória (Ap

3,5), purificação (Ap 7,14) e boas obras (Ap 19,8). As pedras preciosas no manto dizem

respeito às graças do Espírito Santo.

O vermelho escuro usado indica intenso amor, enquanto a veste interna na cor

purpúrea lembra a Arca da Aliança (Ex 26, 1-4).

A mão esquerda de Maria está no rosto, retratando a aceitação do amor de João, e sua

mão direita aponta para João, enquanto seus olhos proclamam a aceitação das

palavras de Cristo: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo19, 26).

O sangue goteja em João neste momento. O manto de João é cor de rosa que indica

sabedoria eterna, enquanto sua túnica é branca - pureza. Sua posição é entre Jesus e

Maria, o discípulo amado por ambos. Ele está olhando para Maria, aceitando as palavras

de Jesus: “Eis aí tua mãe” (Jo19, 27).

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Do lado direito da Cruz Maria Madalena, que era considerada por Jesus de uma forma

muito especial, está junto à cruz. Sua mão está no queixo, indicando um segredo “Ele

ressuscitou”. Sua veste tem cor escarlate, que simboliza amor, e seu manto azul

intensifica este símbolo. Maria de Cléofas usa veste cor castanha, símbolo de

humildade, e seu manto verde claro (esperança). Sua admiração por Jesus é

demonstrada no gesto de suas mãos.

O centurião segura, na mão esquerda, um pedaço de madeira representado sua

participação na construção da sinagoga (Lc 7,1-10). A criança ao lado é o seu filho

curado por Jesus. As três cabeças atrás do menino mostram: “e creu, tanto ele, como

toda a sua casa” (Jo 19,28-30). Tem três dedos estendidos, símbolo da Trindade, e os

outros dois fechados, simbolizando o mistério das duas naturezas de Jesus Cristo (divina

e humana). “Este homem era verdadeiramente o filho de Deus” (Mc 15,39).

Em tamanho bem menor encontra-se Longinus, soldado romano que feriu o lado de

Jesus com uma lança, e Estefânio, que a tradição diz ofereceu a Jesus uma esponja

encharcada com vinagre após Ele ter dito “tenho sede” (Jo 19,28-30).

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Na parte de baixo da Cruz embaixo dos pés de Jesus existem seis santos

desconhecidos que estudiosos afirmam ser Damião, Rufino, Miguel, João Batista,

Pedro e Paulo, todos patronos de igrejas das vizinhanças de Assis

São Damião era o patrono da igreja que alojou a cruz e São Rufino o patrono de Assis.

Essa parte da pintura está muito danificada e não permite uma adequada identificação.

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Há dois grupos de anjos - que animadamente discutem as cenas que se desenrolam

diante deles.

“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que

todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16)

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Como já foi mencionado, atrás de Cristo está o seu túmulo aberto. Cristo está vivo e venceu a morte

O vermelho do amor supera o escuro da morte.

Os gestos de mão indicam fé, a fé dos santos desconhecidos. Seriam Pedro e João junto

ao sepulcro vazio? (Jo 20,3-9). Existe um galo também pintado neste ícone. A sua

inclusão recorda a negação de Pedro, que depois chorou amargamente. O galo

igualmente proclama novo despertar do Cristo ressuscitado. Ele que é a verdadeira Luz

(1Jo 2,8). O formato tradicional da cruz foi alterado para permitir ao artista a inclusão

de todos aqueles que participaram da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

À direita da cruz está o ladrão bom, chamado tradicionalmente Dimas; à esquerda está o ladrão mau.

FRANCISCO DE ASSIS


São Francisco nasceu em 1181/1182 em Assis na Itália, foi batizado com o nome de Giovanni di Pietri, mas seu nome foi mudado pouco tempo depois para Francisco, pois seu pai Petri di Bernardone era comerciante e viajava muito a França, mudou o nome do filho em homenagem ao local que fazia bons negócios.

Em 1198 acontece um conflito em Assis, entre a nobreza e os comerciantes. Os nobres se refugiam em Perusa uma pequena cidade próxima de Assis, onde São Francisco ficou preso por um ano até o ano de 1204. Em Perusa também estava a família de Clara.

Ao voltar para Assis, São Francisco doente começa sua conversão gradual, se dedica a dar esmolas e oferece até suas roupas aos pobres, tem visões e começa a desprezar o dinheiro e as coisas mundanas. Até que ele se encontra com um leproso, lhe dá esmola e um beijo, e este acontecimento marcou tanto a vida dele que, dos muitos fatos ocorridos em sua vida, este foi o primeiro que entrou em seu Testamento, "pois o que antes era amargo se converteu em doçura da alma e do corpo".

Outros encontros afirmaram ainda mais a vocação de São Francisco, nas ruínas da da igraja São Damião recebeu do crucificado o mandato de restaurar a Igreja. Obediente ao mandato, São Francisco pôs-se logo a trabalhar. Reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a de Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro.

Seu pai, envergonhado do novo gênero de vida adotado por Francisco, queixou-se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e, diante do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto com os pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança: despindo, ali, suas vestes, Francisco exclamou: "... doravante não direi mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu..."

A partir desse momento passa a viver na pobreza, e inicia a ordem franciscana, cresce o número de companheiros, 1209 já são 12. Cria uma regra muito breve e singela, que o papa Inocêncio III aprova em 1210, e cujas diretrizes principais eram pobreza e humildade, surge assim a Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem.

No Domingo de Ramos de 1212, uma nobre senhora, chamada Clara de Favarone, foi procurar Francisco para abraçar a vida de pobreza. Alguns dias depois, Inês, sua irmã, segue-lhe o caminho. Surge a Fraternidade das Pobres Damas, a Segunda Ordem. Aqueles que eram casados ou tinham suas ocupações no mundo e não podiam ser frades ou irmãs religiosas, mas queriam seguir os ideais de Francisco, não ficaram na mão: por volta de 1220, Francisco deu início à Ordem Terceira Secular para homens e mulheres, casados ou não, que continuavam em suas atividades na sociedade, vivendo o Evangelho.

A Ordem Francisca cresceu com o passar dos anos. Em 1219 houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França. Neste mesmo ano São Francisco vai em missão para o Oriente. Durante sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no mesmo ano de 1219 São Francisco se demite da direção da Ordem.

Com o crescimento da Ordem, quase 5.000 frades em 1221, uma nova regra foi escrita por São Francisco em 29 de novembro de 1223 que foi aprovada pelo papa Honório. É a que vigora até hoje.

Em 1224 no dia 17 de setembro São Francisco recebeu as chagas de Jesus crucificado em seu próprio corpo, este fato ocorreu no Monte Alverne, um dos eremitérios dos frades.

Os últimos escritos de São Francisco são entre 1225 e 1226, dentre eles o Cântico das Criaturas e o Testamento. Nestes mesmos dois anos, Francisco vai a vários lugares da Itália para tratar de suas vistas. Passa por diversas cirurgias. Morre aos 03 de outubro de 1226, num sábado.

Morreu nu aquele que começou a vida de conversão nu na praça de Assis diante do bispo, do pai e amigos. Morreu ouvindo o Evangelho de João, onde se narra a Páscoa do Senhor, aquele que recebeu os primeiros companheiros após ouvir o Evangelho do envio dos apóstolos. Foi sepultado no dia 04 de outubro de 1226, Domingo, na Igreja de São Jorge, na cidade de Assis.

São Francisco de Assis foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 04 de outubro.

Em 25 de maio de 1230 os ossos de São Francisco foram levados da Igreja de São Jorge para a nova Basílica construída para ele, a Basílica de São Francisco, hoje aos cuidados dos Frades Menores Conventuais.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

VOCAÇÃO FRANCISCANA


ORDEM FRANCISCANA SECULAR - OFS

A TERCEIRA ORDEM FRANCISCANA

FUNDADA EM 1221

POR SÃO FRANCISCO DE ASSIS



A Ordem Franciscana Secular – OFS reúne todos, casados, solteiros, viúvos e jovens que se sentem chamados ao seguimento de Cristo na trilha de São Francisco de Assis, para:



  • VIVER O EVANGELHO SOB A ÓTICA DE FRANCISCO;

  • TESTEMUNHAR A FÉ;
  • RECONSTRUIR A IGREJA E A SOCIEDADE;

  • TER VIDA EM FRATERNIDADE;
  • TRABALHAR PELA JUSTIÇA, PAZ E ECOLOGIA;
  • AMAR E PROMOVER A VIDA AOS MAIS NECESSITADOS.


O que é a Ordem Franciscana Secular – OFS ?

“A ordem Franciscana Secular é a mais antiga forma de organização de leigos que, guiados pela Igreja, unidos em fraternidade, e inspirando-se no ideal de São Francisco de Assis, se empenham em testemunhar com a vida o Evangelho de Jesus”

(Papa João Paulo II)


INTERESSADOS EM INGRESSAR NA FAMÍLIA FRANCISCANA SECULAR

Nossas reuniões ocorrem aos 2º e 4º domingos do mês

Horário: das 14:00 às 17:00 h

Local: Creche Patronato Nossa Senhora Aparecida

Rua Sebastião Humel, 780 – Centro – São José dos Campos

Contatos: Telefones: (12) 3431-8050 ou 3018-6676

Falar com Zezé&Paulo ou Francisco

e-mail: ofssjc@gmail.com e afssjc@gmail.com

VENHA NOS CONHECER

P A Z E B E M !



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

OFS ORGANIZAÇÃO DA OFS
A Ordem Franciscana Secular não começou com essa denominação. Francisco de Assis, seu fundador, ao ser procurado por pessoas que queriam viver o Evangelho de Cristo no estado leigo, fez-lhes uma exortação, na qual distingue duas categorias: "Dos Que Fazem Penitência" e "Dos Que Não Fazem Penitência" (Carta Aos Fiéis, 1ª recensão, Escritos).
Em 1230, o Papa Gregório IX oficializou a denominação de "Ordem Terceira de São Francisco" e, em carta à bem-aventurada Inês da Boêmia, refere-se às três Ordens fundadas por Francisco: a dos Irmãos Menores, a das Irmãs Reclusas e a dos Penitentes.
Diante da rápida expansão, o Papa Nicolau IV, em 1298, achou por bem regulamentar em 22 artigos a Regra e Vida da Ordem Terceira, escrita por São Francisco, ligando-a plenamente à direção e assistência espiritual da Ordem Primeira.
O Papa franciscano secular Leão XIII aprovou, em 1883, a atualização da Regra de 1289, que assim se adaptava aos novos tempos.
E, finalmente, em 24 de junho de 1978, o Papa Paulo VI, novamente atualizou a nossa Regra, agora com 26 artigos, mudando sua denominação para ORDEM FRANCISCANA SECULAR (OFS), com estrutura administrativa própria e assento junto ao Sacro Conselho de 05 Ministros Gerais (OFM, OFM Conv, OFM Cap, TOR e OFS) da Família Franciscana, junto ao Santo Padre o Papa. A OFS tornou-se autônoma nos níveis local, nacional e internacional, mantendo-se porém sob orientação espiritual da Ordem Primeira, através da presença de um Assistente Espiritual, com direito a voz, sem direito a voto nos capítulos eletivos.
2º- A Ordem Franciscana Secular no mundo:
A Ordem Franciscana Secular é uma associação pública na Igreja (cf. CCGG 1.5). “Se articula em Fraternidades em vários níveis: Local, regional, nacional e internacional” (Reg. 20), que tem na Igreja sua própria personalidade moral. Essas Fraternidades, nos diversos níveis, estão coordenadas e ligadas entre si em conformidade com as prescrições da Regra e das Constituições Gerais.
3º-Assistência Espiritual e Pastoral à Ordem Franciscana Secular:
Os Franciscanos religiosos e seculares, por modos e formas diversas, mas em recíproca comunhão vital, querem tornar presente o carisma do comum Pai Seráfico na Igreja e na sociedade (cf. RegOFS 1).
Por isso, em sinal concreto de comunhão e de co-responsabilidade, os superiores religiosos devem assegurar a Assistência Espiritual a todas as Fraternidades da Os (cf. CCGG 89,1), em todos os níveis.
4º- A definição e organização da OFS Internacional consiste:
A Ordem Franciscana Secular estabelece e adota o Estatuto para promover a vida da Fraternidade Internacional e providenciar a sua organização e seu funcionamento (cf. CCGG 6.1, CDC 304.1):
a-É formada pela união orgânica de todas as Fraternidades Franciscanas Seculares católicas do mundo. Identifica-se com a totalidade da OFS. Tem personalidade jurídica própria na Igreja (cf. Reg. 2; CCGG 69.1);
b-Se organiza e atua em conformidade com a Regra, as Constituições Gerais, o Ritual e o Estatuto (cf. CCGG 69.1);
c-É guiada, coordenada e animada pelo Conselho Internacional da Ordem Franciscana Secular (CIOFS), pela Presidência e o Ministro Geral (ou Presidente internacional), que velam pela observância e cumprimento da Regra, das Constituições Gerais e do Ritual (cf. CCGG 69.2; 92.2);
d-Tem sua sede em Roma, Itália, e a sua denominação oficial é ORDO FRANCISCANUS SAECULARIS;
e-Tem quatro línguas oficiais para sua comunicação e correspondência: francês, inglês, italiano e espanhol.
São órgãos de governo da OFS Internacional:
a-O Conselho Internacional (CIOFS);
b-A Presidência do CIOFS;
c-O Ministro Geral.
5º- A Ordem Franciscana Secular do Brasil e sua estrutura - organização e governo:
A OFS do Brasil ou Fraternidade Nacional da OFS está organizada territorialmente em Regiões, que se agrupam em Áreas:
a-A Fraternidade Local ou simplesmente Fraternidade, célula primeira da única OFS, é a unidade básica de organização e de vivência.
b-A Fraternidade Regional ou Região, é a união orgânica de todas as Fraternidades Locais existentes num território.
c-A Fraternidade Nacional ou OFS do Brasil, é a união orgânica das Fraternidades Locais existentes no território Nacional, unidas e coordenadas entre si, mediante as Fraternidades Regionais.
O Governo da OFS do Brasil, será ele, em cada nível, exercido pelos seguintes órgãos distintos:
a-Assembléia Geral- também denominada Capítulo - com poderes de legislar, deliberar e eleger a nível nacional (cf. CCGG Art.68.1), deliberar e eleger, a nível regional (cf. CCGG Art.64) e local (cf. CCGG Art. 92.2).
b-Diretoria - denominada Conselho - com um Ministro ou Presidente, órgão representativo e executivo colegiado, com poderes de governo ordinário.
c-Conselho Fiscal- quando determinado pela lei civil ou pelo respectivo estatuto – é o órgão orientador e fiscalizador do emprego dos recursos econômicos e financeiros da Fraternidade
2-Breve histórico da Ordem Franciscana Secular em nossa Diocese.
Este histórico é o resultado do levantamento feito, durante o ano de dois mil e cinco, por iniciativa do Conselho Local, pois alguns Livros e até mesmo a Certidão da Ereção Canônica, não foram localizados. No entanto, após muitas pesquisas, foi possível concluir o seguinte:
Aos dezenove de maio de mil novecentos e quarenta e seis foi registrado em livro próprio para o “Registro Geral dos Irmãos da Congregação de Terceiros de São Francisco”, um resumo histórico da atual Fraternidade São Francisco de Assis de São José dos Campos, na época nomeada como “Congregação de Terceiros Seculares de São Francisco de Assis” de São José dos Campos, Diocese de Taubaté. (Ainda não existia a Diocese de São José dos Campos).
O autor do citado registro foi o Frei Epifânio Maria de Limeira - OFM-Cap., e nele consta tratar-se da Venerável Ordem Terceira de São Francisco.
Foram registradas as datas:
-Fundação: Em mil novecentos e dezoito (não consta o dia, nem o mês).
-Fundador: Frei Ricardo Maria Denno - OFM-Cap., do Convento Santa Clara de Taubaté.
-Ereção Canônica: Em dezesseis de setembro de mil novecentos e vinte e seis sob o título de: “Congregação de Terceiros Seculares de São Francisco” (Pág. 07 – verso / livro 1º)
Este histórico é muito extenso, envolvendo problemas franciscanos, diocesanos e sociais. Porém, no momento, esta parte é o mais que interessa.
Atualmente, nos reunimos na casa das Irmãs Franciscanas do Sagrado Coração de Jesus. Formamos uma pequena e pobre Fraternidade de 17 irmãos. Pertencemos ao Regional Sudeste III – Distrito II
3-Organização mundial, Organograma funcional (coloque neste espaço a distribuição de funções. Ex: Coordenador Mundial, Coordenador nas Regiões Pastorais no Brasil etc.).
Ministra Geral: Encarnación Del Pozo (Espanha)
Ministro Nacional: José Carlos de Andrade (MG)
Ministra do Regional Sudeste III: Maria Berdadette Nabuco do Amaral Mesquita
Ministro da Fraternidade Local: Paulo Cezar Martins Ferreira (São José dos Campos)
Ministra da Fraternidade Local: Terezinha Simão (Paraibuna)
4-Carisma e finalidade.
O carisma do franciscano secular consiste na missão de anunciar Cristo pelo exemplo de vida e pela palavra no ambiente em que vive, trabalha e exerce o lazer, em comunhão com a Igreja e o Papa, vivendo na dimensão laical os valores essenciais do franciscanismo: a Minoridade, a Fraternidade e a Missionariedade. Ser menor para ouvir e servir a todos, ser fraterno para promover a paz e a justiça como irmão de todos e da natureza, ser missionário para anunciar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Regra conclama os seus membros , como Consagrados que somos, a "observar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o exemplo de São Francisco de Assis, passando do Evangelho à vida e da vida ao Evangelho" e estipula cinco apostolados especiais para os membros da OFS: A promoção da justiça; a promoção da paz; a estima ao trabalho, como participação na criação, redenção e serviço à humanidade; a edificação da família dentro de princípios cristãos; e o testemunho do conceito franciscano de fraternidade universal.
5-Atende a quem, público alvo.
OFS reúne todos, casados, solteiros, viúvos e jovens que se sentem chamados ao seguimento de Cristo na trilha de São Francisco de Assis numa partilha em Fraternidade.
6-Considerações estatísticas a mais, que tenha e possa nos fornecer.
Os Irmãos Professos Consagrados, que vivem sua missionariedade na Diocese de São José dos Campos, totalizam trinta e oito, distribuídos entre a Fraternidade São Francisco de Assis, em São José dos Campos e a Fraternidade Santo Antônio, em Paraibuna.
Resumo preparado por Maria José Telles Ferreira.

domingo, 18 de outubro de 2009

PERFIL DO FRANCISCANO SECULAR





Quem tem vocação para ingressar na Ordem Franciscana Secular?











  • O terceiro franciscano é alguém que deseja, efetivamente, ser discípulo do Cristo vivo e ressuscitado. Experimenta grande insatisfação com um cristianismo de formalismo e devocionalismo. Busca um conhecimento “experiencial” em Cristo. Em outras palavras, segue o Cristo fazendo dele uma experiência de fé.

  • É alguém que se encontra de maneira apaixonada com o Evangelho. O terceiro franciscano vê o Evangelho como força e dinamismo. O Evangelho se chama Jesus Cristo. Ele incomoda e questiona. O franciscano secular vive uma santa inquietude evangélica.

  • O franciscano secular é pessoa que alimenta um comportamento simples em todos os momentos de sua vida. Na escolha de suas atividades procurará sempre o lugar daqueles que se sabem ser humildes.

  • É alguém que manifesta cortesia para com Deus, para com os irmãos e para com a natureza. Cortesia e cordialidade se associam e se manifestam em gestos de generosidade, grandeza de alma e reverência por toda criatura. O franciscano secular exercerá sua cortesia, de modo muito particular, para com os irmãos mais excluídos e abandonados.

  • Experimenta a alegria serena em poder conviver com pessoas simples e despojadas de vaidades.

  • É alguém que tem consciência de sua secularidade. Sabe que precisa santificar-se no mundo e santificar o mundo, não negligenciando a família, o trabalho, o campo da política, e a organização cristã da sociedade.

  • Num mundo marcado pelo consumismo e pela descartabilidade de coisas e pessoas, o franciscano secular é parcimonioso, respeita os seus bens, os bens dos outros. Sabe que tudo é dom de Deus e a ele precisa ser restituído.

  • Ser membro amoroso e ativo da Igreja. Como Francisco, atesta sua fidelidade ao Sumo Pontífice, aos Bispos e aos Sacerdotes. O franciscano sabe, no entanto, que foi chamado como Francisco, a ser reconstrutor da Igreja por meio da vivência do Evangelho no mundo.

Adaptado do texto de
Frei Almir R. Guimarães